Empresário, por que você deve investir em ocitocina

Em primeiro lugar, você deve estar se perguntando o que é ocitocina. A ocitocina é um hormônio que promove sentimentos de amor, união e bem-estar social. Está muito presente no parto e na amamentação. Quando atua como neurotransmissor (condutores que fazem ligação química com o cérebro), ajuda a estabelecer vínculos sociais de afeto, confiança e empatia.
Então, estou querendo te dizer que hoje nas organizações, as relações apresentam um baixo índice de confiança entre líder e liderado e que desenvolver a produção de ocitocina irá colaborar para melhorar este cenário. Daí, você deve estar se perguntando: “Isto quer dizer que falar de amor, empatia, gestão do estresse e inteligência emocional e espiritual nos negócios gera retorno nos investimento?” A resposta é sim.
Segundo o e-book “Confiança – a maior tendência para os RH’s em 2023”, de Cyrille Schneider, 55% dos CEOs reconhecem que a falta de confiança é um freio para a empresa e não fazem ideia de como mudar esta realidade e colaboradores que confiam nas suas empresas são 106% mais leais, 76% mais engajados, 60% mais comprometidos e 50% mais produtivos.
A neurociência tem dado contribuições valiosíssimas para o mundo dos negócios. Através da neuroeconomia, Paul Zack, que tem pós-doutorado em neurociência pela Universidade de Harvard e é diretor do Centro de Estudos em Neuroeconomia da Universidade Claremont, na Califórnia, nos ensina que é possível avaliar o nível de ROI – Retorno sobre o Investimento confiança para os negócios.
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Nos estudos de Zack, ele e sua equipe tiravam amostras de sangue dos funcionários, medindo a atividade cerebral x atividades no trabalho. Essas atividades refletiam a cultura da empresa observada e foi possível estabelecer uma correlação com confiança e produtividade. As pessoas que trabalham em ambientes com alta confiança ganham substancialmente mais do que aquelas que trabalham em organizações de baixa confiança. Essas organizações aumentaram a receita produzida por cada funcionário em cerca de US$ 10 mil a mais por ano, trabalhando a elevação de confiança. Os atributos que geram esse resultado estão ligados também a uma cultura com senso de propósito e realização e não devem ser desconsiderados.
Mas será que tem algum segredo o que Zack coloca ou nós que esquecemos de humanizar as relações de retrabalho? Se temos indivíduos felizes, sentindo-se amados, naturalmente a produtividade flui sem esforço.
Importante lembrar que estes conhecimentos são para deixar a felicidade no centro da estratégia e realmente gerar benefício para as pessoas. Utilizar estes conhecimentos a favor de mais lucro sem o alinhamento com o propósito positivo é o que temos chamado de happiness washing que, nada mais é, que a utilização indevida do nome felicidade com interesses ocultos.
A felicidade existe para respeitar, antes de qualquer coisa, a hierarquia que está acima dos homens: impacto social e ambiental. Por isso, utilize a felicidade com muita ética e sabedoria e obviamente, muita ocitocina. E encerro com a fala de Paul Zack: “Embora o comportamento ruim faça manchetes, é o comportamento bom que mantém tudo avançando na sociedade”.
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