Espiritualidade nos Negócios

Como o efeito Brain Rot pode impactar seu negócio

Termo significa cérebro podre e reflete as preocupações sobre os efeitos do consumo excessivo de conteúdo de baixa qualidade nas mídias sociais

Tenho pesquisado muito sobre comunidades autossustentáveis e outro dia estava conversando com um colega que também pesquisa sobre o tema e ele me disse que as comunidades regenerativas (com foco em recuperação de usuários de droga e álcool) estão recebendo uma demanda curiosa: recuperar o estado mental de usuários viciados em mídias sociais.

Comecei a prestar mais atenção no assunto que faz todo o sentido com a palavra do ano de 2024, eleita pela Universidade de Oxford, “brain rot”. O termo significa cérebro podre e reflete as preocupações sobre os efeitos do consumo excessivo de conteúdo de baixa qualidade nas mídias sociais. A expressão acumulou 130 mil buscas ao longo de 2024. A curiosidade é que esta palavra foi resgatada do século 19.  O termo “brain rot” surgiu em 1854, citado pelo historiador e filósofo americano Henry David Thoreau, no livro Walden. Ganhou relevância popular, pois foi dedicado à crítica de jornais que publicavam conteúdos de baixo valor agregado. Aqui temos uma prova viva do quanto culpamos algo externo e não olhamos para dentro o suficiente para também nos responsabilizarmos do caos coletivo que muitas vezes criamos. Culpamos a tecnologia, mas esquecemos de olhar o poder do indivíduo que a cria e a utiliza de maneira irresponsável.

A escolha desta palavra nos lembra que o conteúdo digital está aprisionando muitas mentes, principalmente das gerações mais jovens. A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que a saúde mental dos jovens é uma preocupação global significativa. Estima-se que, mundialmente, um em cada sete adolescentes de 10 a 19 anos sofra de algum transtorno mental, representando 14% dessa faixa etária. Os transtornos mais comuns incluem depressão, ansiedade e distúrbios comportamentais. Além disso, o suicídio é a terceira principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, presentes no início de carreira nas empresas.

Todo esse cenário nos convida a levar para os negócios ações que gerem mais critério e equilíbrio na saúde mental dos colaboradores, uma vez que o efeito “brain rot” diminui a capacidade cerebral de pensamento crítico, criatividade e dificuldade de concentração, competências essenciais para liderança e desenvolvimento de qualquer negócio. O fato de consumir conteúdo “podre” de baixo teor evolutivo, gera nas pessoas uma escravidão mental e tira bases da educação como a leitura e necessidade de contato com a natureza, por exemplo.

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Selecionei algumas ações para que você possa liderar melhor o efeito “anti-brain rot” e não deixar que o seu cérebro e dos seus colaboradores apodreçam:

  1. Tenha uma meta e um propósito claro e mantenha viva a comunicação deles;
  2. Defina limites de tempo e horário para distrações digitais e uso de aplicativos;
  3. Faça pausas na natureza sem a utilização de ferramentas digitais, integre isso na rotina do seu negócio;
  4. Dê tempo e estimule atividades cerebrais como reuniões de resolução de problemas sem o uso do computador.

A diferença entre o remédio e o veneno é quantidade. Não se esqueça que o tema saúde mental é estratégico para qualquer negócio, portanto coloque-o na agenda e meça-o. Se você é um bom gestor, sabe que não se gerencia aquilo que não se mede. Tudo dá muito trabalho e saúde mental, além de dar trabalho, é uma caixa preta que exige paciência e muita dedicação. Todos somos aprendizes nessa jornada.

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