Conheça a nova lei da saúde mental e suas diretrizes
Temos que admitir que a Lei nº 14.831/2024, referida como “a nova lei da saúde mental”, foi um marco para o tema “Espiritualidade nos negócios” a partir da valorização da saúde mental.
Ter um processo vindo do governo, estabelecendo os fundamentos deste tema para os negócios, é realmente um forte indício de que as empresas têm um papel muito além do lucro e devem buscar propósitos alinhados com as necessidades da sociedade e dos seres humanos.
De maneira geral, essa nova lei passará a reconhecer de maneira estruturada e formal empresas que promovem a saúde mental de seus colaboradores com o “Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental”.
Ainda vamos explorar bastante essa lei, mas hoje eu gostaria de trazer os pilares envolvidos nela e como você e a sua empresa podem ir se preparando para estruturar um modelo de negócio que suporte a execução desta certificação para que você viva o processo com o máximo de integridade possível.
As diretrizes fundamentais são: Promoção da Saúde Mental, Bem-Estar dos Colaboradores, Transparência e Prestação de Contas.
Na coluna dessa semana, vamos explorar a primeira diretriz, o da “Promoção da Saúde Mental” e alguns cuidados importantes.
Segundo a Lei 14.381, a Promoção da Saúde Mental deverá realizar:
- Implementação de programas de promoção da saúde mental no ambiente de trabalho;
- Oferta de acesso a recursos de apoio psicológico e psiquiátrico para seus trabalhadores;
- Promoção da conscientização sobre a importância da saúde mental por meio da realização de campanhas e de treinamentos;
- Promoção da conscientização direcionada à saúde mental da mulher;
- Capacitação de lideranças;
- Realização de treinamentos específicos que abordem temas de saúde mental de maior interesse dos trabalhadores;
- Combate à discriminação e ao assédio em todas as suas formas;
- Avaliação e acompanhamento regular das ações implementadas e seus ajustes.
Pela minha experiência de gestão, a grande falha das empresas está em não envolver a alta liderança nos temas e na forma de acompanhar os resultados das ações, não refletindo sobre as lições aprendidas de cada processo e colocando indicadores que ajudam a medir esses pilares. Outro ponto importante é que as próprias pessoas que executam os programas, muitas vezes estão necessitando de ajuda também. Há uma síndrome do herói/heroína em áreas como Recursos Humanos que precisam também de cuidado e muitas vezes suportam uma carga maior do que conseguem.
Na próxima coluna exploraremos as próximas diretrizes e como diria Guimarães Rosa: “Quem elegeu a busca não deve recusar a travessia”. Chegou a hora de todos nós cuidarmos da nossa travessia e encarar de frente a nossa questão ligada à nossa saúde. Se ela ficou de lado na sua vida e no lar, na empresa não tem saída.
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