Espiritualidade nos Negócios

Conheça os ganhos da semana de trabalho de 4 dias

Modelo de trabalho de quatro dias começou em 2019 na Nova Zelândia

Eu não canso de ouvir a frase: isso aqui não funciona no meu negócio. Essa é a frase que eu mais ouço quando levo o tema da “semana de 4 dias no trabalho” para alguns empreendedores e lideranças. E aí eu me pergunto: quantos documentários sobre o tema essa pessoa já leu? Quantos relatórios de produtividade com metodologia essa pessoa já desdobrou? Você conhece no detalhe a proposta de valor deste modelo? Você sabe quais os segmentos são mais adequados a este modelo? Já pesquisou se seu segmento está alinhado?

O modelo de trabalho de quatro dias começou em 2019 na Nova Zelândia e já se espalhou por diversos continentes através da comunidade 4 Day Week Global, que, aqui no Brasil, é representada pela empresa Reconnect Happiness at Work, liderado por Renata Rivetti.

Somos o primeiro país da América do Sul a embarcar nessa jornada inovadora, mostrando-se pioneiro na busca por novas formas de organização do trabalho.

O ponto mais importante para entendermos este modelo é a premissa para ele acontecer: O trabalhador continua recebendo 100% do salário, trabalhando 80% do tempo e com o compromisso de manter 100% de produtividade.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Isso significa que não existe a intenção dos resultados do negócio não são afetados o que já quebra a primeira objeção da implantação.

Mas já falamos anteriormente desse tema na coluna anterior, mas agora temos um cenário diferente: os resultados dos testes da semana de 4 dias de trabalho após o período de testes e projetos pilotos no Brasil, com participação de 21 empresas. Nessa primeira rodada de avaliação, foram coletadas 205 respostas, o correspondente a 71% dos participantes. A pesquisa encontra-se na fase final, restando apenas uma etapa, conforme abaixo:

Arte Semana de 4 dias de trabalho
Crédito: Reprodução

A seguir, alguns relatos da etapa de abril/24, “Pesquisa quantitativa realizada na metade do piloto”:

  • 61, 5% relataram melhoria na execução de projetos
  • 82,4% relataram mais energia para a realização de tarefas
  • 67% relataram redução de ansiedade semanal
  • 50% relataram redução de insônia
  • 46,3% praticaram exercício mais de 3 x por semana
  • 85,4% relataram maior colaboração
  • 44% relataram melhoria na relação com o gestor/líder
  • 44,4% melhoraram sua capacidade de cumprir prazos
  • 58,4% relataram a melhoria de criatividade e inovação
  • 28,6% não mudariam de emprego para trabalhar 5 dias por qualquer valor

Segundo as pesquisas que fiz com especialistas e com a própria Renata Rivetti, é necessário fazer um redesenho do trabalho, uma reorganização geral para que os resultados aconteçam com maior naturalidade.

  • A semana de trabalho é uma estratégia de sustentabilidade, afinal os dias não trabalhados também ajudam a reduzir o consumo de combustível e outros itens correlatos.
  • Há uma profunda contribuição para a mudança de mentalidade de ver hora para entregar valor.
  • As equipes passam a dialogar mais em função da “pressão” por menos tempo, melhorando o senso de autorresponsabilidade.
  • Apesar das empresas maiores terem mais condições financeiras, a semana de trabalho de 4 dias apresentou mais facilidade para empresas de pequeno e médio porte em função de estruturas menos rígidas e maior proximidade do CEO nas operações.
  • Uma barreira observada é a mentalidade de gerentes com mentalidades muito arraigadas em crenças de desconfiança e aversão ao risco.
  • É uma excelente opção para retenção e atração de talentos, principalmente para as gerações mais novas que colocam a qualidade de vida como decisor de permanência.

A semana de trabalho não irá abarcar 100% da economia, mas ela certamente é uma nova possibilidade de gerar mais bem-estar, qualidade de vida, resultados e inovação em contextos de vários negócios. Por isso, não deixe de sempre acompanhar, entender e aprofundar sobre o tema. Ao final, 57,9% dos funcionários sentem que conseguem conciliar melhor vida pessoal e profissional. Os ganhos com esses resultados são imensuráveis, pois abrangem melhorias na saúde das pessoas, redução de gastos com saúde na área público e planos de saúde, além de muitos outros gastos. E expandindo a consciência para o contexto da felicidade e espiritualidade a falta de tempo, poucas horas de sono e o aumento da ansiedade contribuem fortemente para desiquilibrar os CPFs e deixá-los menos harmonia e conexão com seus propósitos e disciplina no dia a dia.

Então, se você pretende levar uma vida mais feliz, se abra para o novo e experimente antes de julgar se o modelo é compatível ou não com sua realidade. Na verdade, um mestre tibetano que me ensina muito sobre corpo e espiritualidade me ensinou que a sensação mais difícil de sustentar é a felicidade. Então, você aguenta ter um dia a mais para olhar para você e cuidar melhor da sua vida?

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas