A Felicidade Interna Bruta e a liderança feminina
Se você procurar no Google qual foi a primeira cidade mineira a implementar a Felicidade Interna Bruta (FIB), encontrará São Gonçalo do Abaeté (MG) – o que é mais do que justo e previsível, afinal, o primeiro templo budista tibetano do Brasil está localizado no Estado de Minas Gerais. Para contextualizar, a Felicidade Interna Bruta foi criada pelo quarto rei do Butão, Jigme Singye Wangchuck, que assumiu o compromisso de construir uma economia que gerasse mais felicidade para todos os seres.
Voltando à nossa realidade mineira, nesta coluna gostaria de compartilhar uma história pouco conhecida, sobre a liderança feminina por trás do projeto de São Gonçalo. O que relato aqui não me foi contado por terceiros, tampouco é uma fonte secundária – estive diretamente envolvida no processo desde seu início e criação.
Kelly Braga, psicóloga e esposa do prefeito – então primeira-dama da cidade – foi minha mentorada no Programa Haru, que desenvolvi logo após retornar do Butão e que resultou de mais de 12 anos de pesquisa sobre liderança, felicidade e espiritualidade. Ao conhecer o FIB, ela, que já havia exercido a função de primeira-dama, identificou-se imediatamente com os conteúdos apresentados no programa.
Na época, morava em Belo Horizonte, e seu marido, em final de mandato, pretendia se candidatar novamente. Como esposa, ela afirmou que uma das condições para retornar a São Gonçalo seria a implementação do FIB na cidade, desde que houvesse apoio das lideranças locais. Bingo! Uma mulher forte, empoderada por seu propósito e, ao mesmo tempo, amorosa com sua família foi o pilar essencial para o nascimento desse projeto.
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Enfrentou dificuldades e rejeição – até mesmo do próprio marido (vale lembrar que a resiliência é um dos pilares do FIB). Muitas pessoas diziam que não daria certo, que se tratava de uma bobagem, mas, com sua força feminina e liderança serena, internamente desenvolvida, conseguiu, pouco a pouco, promover o letramento dos secretários, que passaram a compreender a lógica do FIB, até que a proposta se transformou em uma iniciativa deles próprios, por meio da Secretaria Municipal de Governo de Planejamento, Felicidade e Bem-Estar.
O programa, que contou com a colaboração de consultores externos especialistas em felicidade, em seu primeiro ciclo – aprovado em 2021 – apresentou os seguintes resultados e projetos:
• Aumento do índice de Felicidade Interna Bruta de 7,23 (maio/22) para 7,75 (abril/24);
• Saúde: Subida no ranking Previne Brasil – MG de 710ª posição para 3º posição;
• Projetos: Bem-Estar do Servidor; Roda de Conversa Positiva; MoviMente; Saúde nas Escolas; Leitura na Praça; CAEEL; Descubra SGA; Jovem Empreendedor; Cidade Voluntária; Quem Ama Cuida; Restaurar; Cidade Viva; Observatório da Felicidade.
Agradeço também a todas as mulheres que preservam a consciência FIB por meio de suas práticas e intenções.
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