A garra e a felicidade
Os cenários de mudanças estão cada vez mais constantes. A tecnologia reinventando cada vez mais nossa maneira de pensar, ser e agir e nos cobrando uma postura constante de adaptação.
Sim, o cérebro cansa. O corpo cansa…
Mas qual componente do bem-estar poderia nos ajudar a passar por turbulências com mais leveza e transformá-las em oportunidades de sermos pessoas melhores? Essa é uma pergunta que me fiz a partir da leitura de cenário da cultura de alguns clientes que estão passando por essas mudanças e que gostaria de compartilhar com vocês hoje. Talvez você não saiba deste componente, mas a garra é um atributo da felicidade e pode te ajudar a superar uma turbulência.
Veja que não estou falando de positividade tóxica, onde você ignora seus limites gerando estados de ilusão. Não é sobre isso… É sobre o que a ciência do bem-estar diz deste atributo importantíssimo na nossa vida.
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A garra se manifesta no quesito meta, persistência e realização. Eu costumo falar que é na hora de atingir metas pessoais que percebemos o quanto estamos nos sabotando ou não. O quanto que investimos no processo de “treino” vale para “o jogo” e é na esfera da garra que percebemos o quanto de crenças limitantes nós temos e o quanto estamos verdadeiramente preparados para mudar de nível.
Na ciência do bem-estar, a garra foi objeto de pesquisa do psicólogo Martin Seligman, que percebeu que os atletas, mesmo tendo derrotas nos currículos, aumentavam o grau de esforço e continuavam tentando. Eles não buscavam só a recompensa financeira. Buscavam principalmente vitória!
“A garra foi constatada por ressonância magnética mesmo em indivíduos com hiperatividade, déficit de atenção, ansiedade e depressão, o que indica que o cérebro pode ter um mecanismo compensatório que auxilia mesmo em pessoas com baixa concentração a terem perseverança.” Yang e Colegas, 2011 | Zhejiang Universty, China – Via Flora Victória – Florescimento na Prática.
Eu particularmente sou fã deste assunto, afinal, com uma vida restrita de privilégios, sempre tive que ter muita garra para conseguir meus objetivos. Então, estudar a garra para mim é também rever boa parte da minha história de vida.
Em primeiro lugar saiba que a garra pode ser medida. Existem testes psicométricos validados que podem medir a persistência extrema, chamada de garra.
Caso você (líder de um time) ou você mesmo (indivíduo) deseje desenvolver a garra, estabeleça um objetivo e o desdobre em partes menores, deixe-o leve e interessante. A cada conquista, dê um feedback e vá parabenizando (ou comemorando) etapa por etapa. O cérebro irá entender que está em uma sequência de vitórias e gerar mais estímulos para continuar o processo.
Com base nas pesquisas de Ângela Duckworth (2016), pesquisadora renomada do tema, a garra possui quatro recursos psicológicos: Ter interesse em algo, Praticar constantemente e Alimentar um propósito.
Isso significa que é importante você se conectar a algo que goste e que tenha minimamente um talento, ter comprometimento constante com o tema e mirar em um propósito maior, ou seja, algo que impactará você e outras pessoas. Um exemplo clássico é um estudante de matemática que estuda 4 horas por dia e que conquista uma medalha em uma olimpíada.
Caso você esteja vivendo uma ameaça no seu trabalho, coloque o foco em alguma meta pessoal ou identifique uma força ou um talento e foque em expandi-lo. Perceba o quanto seu cérebro vai modificar e gerar novas redes neurais para sua vida. Abrace a garra como possibilidade de fazer uma mudança efetiva na sua vida e consequentemente gerar mais felicidade.
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