A curiosa ligação entre os negócios e as relações de família
Foi utilizando o princípio sobre Perguntas de Autorreflexão Profunda, desenvolvido por Virgínia Satir, uma das mais renomadas terapeutas familiares do mundo, que desenvolvi a coluna desta semana. Já imaginou se a nota de avaliação de desempenho de um profissional fosse com base na relação de cura que o mesmo possui com seus familiares? Não seria essa a real nota de avaliação de desempenho?
Tive a oportunidade, ao longo da minha carreira, principalmente como coach, de ver de perto a força da cura dos indivíduos em relação às suas famílias que os fizeram ter crescimentos exponenciais em seus negócios e carreiras. O medo de não ser amado o suficiente, o medo de não ser aceito, o medo de não ter o suficiente e vários outros traumas imprimem em muitos indivíduos bloqueios que possuem interface com seus comportamentos nos negócios. Pude presenciar como um simples movimento emocional interno provoca mudanças e gera uma velocidade de tomada de decisão, de acesso à compaixão e planejamentos estratégicos conectados com senso de merecimento e economias mais verdes.
Para entendermos a relação das famílias com os negócios, podemos usar, por exemplo, o fenômeno da ressonância. Nesse fenômeno sabemos que um problema não tratado na família (ou internamente dentro do indivíduo) se repete nos relacionamentos, no trabalho, na vizinhança. Quando há resolução de um problema com aquele familiar que você tem certa dificuldade, naturalmente aquele problema similar no trabalho ou no relacionamento afetivo se desfaz.
Vou trazer um exemplo, para ficar mais claro: certa vez atendi um cliente e ele era liderado por uma pessoa formada em Harvard e…um tirano. Meu cliente não entendia como podia ser liderado por um tirano, sendo extremamente amoroso, educado e ético. Ao olharmos sua história, acessamos uma repetição de padrão do pai: por anos ele se sujeitou a uma educação tirana com o pai e, curiosamente, ele havia atraído a mesma situação no trabalho. Ele já estava a ponto de pedir demissão antes de adquirir esta visão. Com o processo, ele conseguiu refletir profundamente de onde vinha esse padrão e fez sua autocura. Três meses depois do término do nosso processo, ele me ligou dizendo que este chefe havia sido demitido. Mas o fato é que ele não evitou o problema, encarou de frente e fez a tratativa dentro de si, reportou para as partes interessadas o fato e soltou o controle da situação. E é esse o convite da consciência espiritual: tratar dentro de si primeiro.
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Para encerrar, deixo aqui a reflexão para você trabalhar a cura das relações familiares junto com as estratégias do negócio. Se ter harmonia nas famílias, humaniza os indivíduos e se um CNPJ é composto por vários CPFs, então já passou da hora de praticarmos Engajamento na cura das relações e Respeito à história de que cada um vivenciou.
Ah, e se você tem dúvida sobre humanização, segundo as Empresas Humanizadas, humanizar negócios gera um retorno de 615% superior em 12 anos para os acionistas (14,67% a.a.).
Obviamente, sabemos que para humanizar não há uma fórmula ideal e nem uma metodologia específica, mas é inquestionável o bem-estar gerado quando organizamos as relações familiares. Então, pegue o feedback do seu líder ou das relações de negócios e faça um paralelo com sua vida familiar. Pode ser um belo início de jornada de autoconhecimento.
Feliz 2024 (esse é o nosso primeiro artigo do ano…)
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