Espiritualidade nos Negócios

Quais as bases para uma organização feliz?

Sim, estávamos vivendo uma era pela busca da felicidade e generosamente a ciência já percorreu um belo caminho para nos ajudar a acelerar este processo.

Eu sempre falo que a ciência da felicidade é uma jovem de vinte e poucos anos que ainda está amadurecendo no seu processo e ainda não tem um modelo que salve a humanidade para resolver este tema, mas sim, há muitas iniciativas que geram poder de engajamento e gatilhos para implantação de um modelo mais saudável de cultura organizacional, principalmente numa era pós-pandemia.

Precisamos enaltecer um grande e precioso pesquisador e referência no tema, o professor Tal Bem-Shahar. Hoje vamos falar de três pontos que ele considera cruciais para estabelecer a implantação da ciência da felicidade numa organização com algumas características que considero relevantes também no contexto da espiritualidade:

1 – Permissão para ser humano: A cultura de uma organização que pratica a felicidade precisa abrir espaço para as pessoas falarem suas verdades e se expressarem, ou seja, praticar a segurança psicológica, onde é possível a expressão sem punição. E como o próprio professor fala, somente há dois tipos de pessoas que não experimentam as emoções básicas como medo, tristeza, alegria etc: psicopatas e pessoas mortas. É importante o fomento para as pessoas permitirem as emoções negativas emergirem.

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2 – Capacidade de recarregar as baterias: Aqui temos uma característica do indivíduo e que tem relação com a cultura organizacional. Eu sempre falo que o problema não é o estresse e sim o distresse, que é a sobrecarga chamada da alostática no organismo, ou seja, até um certo nível o estresse pode ser positivo, mas depois de certo ponto é extremamente prejudicial. Mas o termo que o pesquisador usa é Stress and Recovery, ou seja, educar o cérebro para se tornar imune ao burnout e fortalecer a resiliência do indivíduo. Ele recomenda gatilhos de como recarregar as baterias. Vale lembrar que uma cultura que visa à prática da felicidade, precisa respeitar o tempo para as pessoas voltarem a seus estados de produtividade após um período de estresse ou distresse. Já temos empresas de tecnologia com esta prática em que as pessoas sinalizam que não estão bem para trabalharem em determinado dia, sem necessidade de apresentar atestado.

3 – Propósito como alavanca: O propósito é um dos pilares mais importantes para uma cultura da felicidade organizacional. É na conexão que cada indivíduo traz de seu propósito individual versus o coletivo que nasce a garra para gerar um senso de pertencimento e autorresponsabilidade com suas próprias escolhas. É crucial que o indivíduo veja sentido em suas atividades para gerar emoções positivas. Lembrando que é impossível gostar de tudo o que se faz o tempo todo. Aqui, temos um atributo espiritual muito importante: lidar com a realidade. Mas é importante observar também a execução de atividades que vão energizar o indivíduo.

Importante refletirmos que o trabalho de felicidade e espiritualidade dentro de uma organização é um trabalho contínuo e sem expectativas de prazos, mas sim uma proposta de cultivo e de gestão do tempo para falar sobre. Tudo o que não está na agenda de uma organização, não se torna prioridade para ela. Por isso, todos nós estamos aprendendo como trabalhar o tema e como gerar uma cultura que valoriza a felicidade individual e coletiva integrada ao propósito maior da organização com um super aliado: o tempo.

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