Reuniões improdutivas e felicidade corporativa
No mundo corporativo atual, as reuniões improdutivas se tornaram um dos principais fatores de desgaste emocional e baixa produtividade. Há um excesso de encontros mal planejados que interferem diretamente na saúde mental dos colaboradores e na felicidade no trabalho.
No Brasil, uma pesquisa da Harvard Business Review, com apoio da FGV, mostrou que profissionais passam, em média, mais de 30% da jornada semanal em reuniões – e boa parte delas poderia ser evitada ou substituída por comunicações mais objetivas.
Complementando esse cenário, o estudo “Produtividade do Trabalho no Brasil: Uma Análise dos Resultados Setoriais no Período 1995–2024”, publicado em abril de 2025 pela FGV Ibre, revelou que o Brasil enfrenta um desempenho persistentemente baixo em produtividade, resultado de fatores estruturais e práticas de gestão ineficientes. Entre os principais entraves, destacam-se o uso indiscriminado de reuniões pouco objetivas, que comprometem o tempo útil de trabalho e reduzem o foco nas entregas. De acordo com o estudo, o trabalhador brasileiro produz, em média, cerca de 25% menos do que seus pares em países desenvolvidos, e a má gestão do tempo – incluindo o excesso de reuniões improdutivas – está entre os principais contribuintes para esse cenário.
A felicidade corporativa está diretamente ligada ao uso inteligente do tempo, à autonomia e à construção de um ambiente de trabalho que valorize o propósito. É tempo de mudança: antes de agendar uma reunião, questione a real necessidade. Pergunte-se: será que isso precisa ser discutido ao vivo ou pode ser resolvido por e-mail ou em uma mensagem direta?
Reuniões bem estruturadas, com pauta definida, tempo controlado e espaço de fala equilibrado, podem ser altamente produtivas e fortalecer a cultura da empresa. Elas podem representar uma excelente oportunidade para trocas sinceras, elevação de consciência e fortalecimento de vínculos.
É importante perceber o impacto emocional do acúmulo de reuniões: colaboradores que não conseguem focar, planejar ou realizar entregas, em razão de uma agenda engessada, tendem a se sentir improdutivos e desmotivados. Isso afeta diretamente o engajamento e a retenção de talentos.
Nesse sentido, o combate às reuniões improdutivas torna-se um passo fundamental para o aumento da produtividade e da felicidade nas organizações. Incorporar práticas mais conscientes e estratégicas de gestão do tempo pode transformar o ambiente de trabalho e gerar resultados reais.
A felicidade no trabalho pode parecer algo inatingível, muito sofisticado, mas, quanto mais aprofundamos, mais percebemos que é algo simples e básico, que liberta muitas pessoas de crenças e comportamentos que já não agregam aos tempos que vivemos hoje. Por isso, olhar para uma simples reunião pode ser um belo começo para implementar a felicidade no trabalho.
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