Você já ouviu falar das Universidades Livres?
Você é daqueles que questiona se os modelos econômicos atuais são suficientes para ter uma vida mais abundante e feliz? Você sabia que existem milhares de pessoas ao redor do mundo inovando no processo de educação fora dos parâmetros atuais e que esse movimento se chama Universidades Livres ou Ecoversidades?
Conversei com a fundadora dessa proposta aqui no País, Giselle Paulino, que cofundou a Universidade das “Kebradas”. Mas o que seria “Kebradas”?
“Kebradas” representa a sociedade quebrada, doente, desfalecida, mas também os lugares únicos que chamamos de periferias, favelas, comunidades… A proposta é desenvolver o sonho de uma juventude que está com sede de mudança. “Precisamos de um mundo que ninguém fique para trás”, disse Bianca Najara, líder de projetos, e Sara Stela, uma jovem de 19 anos e uma das participantes e que vem da favela união de Vila Nova, da Zona Leste de São Paulo.
A ideia das universidades livres é criar novos modelos de educação que propõe um estilo de vida saudável, integrado com os talentos dos indivíduos, com os sonhos reais que podem ser desenvolvidos ou realizados pela sociedade regenerada. Esse modelo foi idealizado pelo indiano Manish Jain.
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Tive o privilégio de entrevistá-lo. Ele foi para os Estados Unidos quando criança, passou pela Universidade de Harvard, mercado financeiro (Wall Street), entidades, como Unicef, e por volta dos 30 anos, caiu a ficha de que a avó, analfabeta, tinha muito mais sabedoria que seus colegas de trabalho presentes nesses famosos players.
Nesse processo voltou para suas origens na Índia, para estar com sua avó e aprender melhor sobre a sabedoria ancestral. Ele se casou e educou sua filha de maneira integrada com a vida, natureza, trocas e vida em comunidade, além da sua própria experiência de vida. Ele relatou que hoje na Índia são 10 mil famílias que educam seus filhos nesse modelo.
Manish lembrou que as universidades atuais educam para competir, minando a criatividade e colaboração necessária para resolver as questões complexas da atualidade. Ele compartilhou também que a visão da espiritualidade do ocidente reforça que há separação da matéria, enquanto no oriente a matéria e a espiritualidade são a mesma coisa: “a espiritualidade é o início, a base de tudo,” indagou.
Ele explicou de maneira inspiradora que a base do movimento está na fala da liderança espiritual de Gandhi: head, heart, hands e home, ou seja, cabeça, coração, mãos e lar são a base de tudo.
O cofundador do Instituto Elos, Rodrigo Rubido, disse que essa proposta cria uma possibilidade que não existe em nenhum outro lugar: o de cada estudante fazer sua própria “grade curricular”, a partir do seu próprio interesse.
O encontro desse movimento aconteceu no espaço Flor das Águas, em Cunha (SP). Tive a oportunidade de conhecer várias lideranças que estão trazendo soluções e novas “tecnologias” de educação para um modelo mais Eco e menos Ego, a partir da maior de todas as consciências, a consciência do amor.
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