Espiritualidade nos Negócios

Você sabe o que é um Chief Spiritual Officer – CSO?

Na primeira vez que eu li sobre este termo, Chief Spiritual Officer (CSO), eu levantei da cadeira de tanta euforia. Primeiro por que estava cansada de não falar da espiritualidade nos negócios. E, na época, eu estava descobrindo o que era espiritualidade para mim. Na verdade, até hoje estou aprendendo na jornada chamada vida.

O termo foi citado pela primeira vez nos Estados Unidos, por um treinador corporativo de nome Ken Blanchard, que vendeu mais de 15 milhões de livros ao redor do mundo.

A função principal desta figura dentro de um negócio é o de preservar o propósito, visão e missão do negócio para que sua essência não se perca.

Obviamente, essa função é inerente às principais lideranças da empresa, mas com as dinâmicas de mercado o tempo para este tema tão importante é consumido e o que seria considerada a base de um negócio sustentável pode ficar comprometido.

O CSO ajuda a expandir e guardar a consciência do negócio com foco nos valores e princípios universais, trazendo a autoconsciência e o propósito maior nas decisões de impacto para as pessoas, negócios, sociedade e meio ambiente.

Em decisões difíceis, como por exemplo, manter determinada operação em função da rentabilidade, o CSO pode operar como alguém que colabora para hierarquizar e colaborar para montar estratégias no âmbito da cooperação e da visão de longo prazo. Ele também ajuda a montar estratégias de impacto positivo do negócio para a sociedade como doações do faturamento, desenvolvimento de fornecedores locais, desmobilização de práticas raciais, dentre outras. Ajuda também no equilíbrio das tomadas de decisão do negócio que envolve polaridadescomo curto prazo x longo prazo, visão da mente racional com a mente intuitiva, sonho x realidade, regra x criatividade, ação x reflexão, separação x unidade, dar e receber.

Ele também tem um perfil de maturidade equilibrado nos campos emocional, espiritual, mental e física que o permite fazer o papel de facilitação das lideranças e de sempre preservar os interesses de todas as partes interessadas. O CSO é alguém com coragem, forte senso de autoconhecimento e muito integrado com os princípios da mente humana e desapegado das estruturas de poder e controle.

E se você está se questionando se este assunto é demasiado filosófico ou utópico, acredite, uma pesquisa publicada na “Revista Exame”, de 2019, cita que um propósito aumenta em até 10 vezes o retorno para o acionista. Então estamos falando principalmente de estratégia de negócios.

O que percebo nos trabalhos de desenvolvimento humano que realizo é que as pessoas separam a vida espiritual da organizacional e na hora de demostrarem sua espiritualidade através da sua integridade, verdade, operam na consciência do medo e do apego a valores contrários aos universais como a falta de respeito como o tempo alheio, a comunicação violenta (aquela que não expressa a verdade e não há visão ganha-ganha), a falta de compromisso com a palavra, a falta de autocuidado dentre outros.

Se falamos tanto de inteligência emocional e ainda temos guerra, fome, litígios, talvez esteja na hora de mudarmos a consciência para a inteligência espiritual que coloca cada um de nós frente a frente com a sua própria realidade e nos convida a resolver os problemas com o senso de urgência necessário para resolver aquela conversa não realizada, aquele abraço não dado, aquela gratidão não demonstrada.

O CSO ainda é um conceito novo que o Instituto Gaki está investindo esforços para construir, mas que como agentes de desenvolvimento de milhares de lideranças, entendemos que é um dos pontos mais centrais que sustentam a felicidade e o bem-estar das pessoas: a prática de virtudes universais alinhados com as necessidades da sociedade e do planeta.

Já pensou como as organizações seriam diferentes com vários CSOs por aí?

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