Como contornar os juros altos do mercado imobiliário em 2025
Este é um ano difícil para o mercado imobiliário brasileiro, principalmente com a escalada das taxas de juros. Com a alta já anunciada para as próximas reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), os financiamentos imobiliários, especialmente os de médio padrão, começam a pesar no orçamento das famílias, mudando a dinâmica do setor.
Com o aumento dos juros, os financiamentos que se estendem por 25, 30 ou até 35 anos transformam a parcela mensal do imóvel em um encargo que muitas famílias da classe média encontram dificuldade para suportar. Esse cenário tem desafiado empreendimentos de médio padrão, que antes eram sinônimo de oportunidade para quem almejava a casa própria, mas hoje se veem em meio a uma redefinição de mercado, no qual o custo de um apartamento impõe limites reais ao acesso à moradia.
Algumas incorporadoras e construtoras, que apostaram na expansão do segmento de médio padrão – como foi o caso da Direcional com sua linha Riva – já enfrentam os impactos desse novo contexto econômico. A estratégia de diversificação de ofertas, adotada quando os juros estavam em patamares mais baixos, agora precisa ser revista para que essas empresas possam se manter competitivas em 2025.
Nesse momento, programas habitacionais como o “Minha Casa, Minha Vida” (MCMV), mais utilizado pelas classes mais baixas, se torna uma boa opção também para a classe média. À medida que o aumento dos juros restringe o acesso ao crédito, o programa surge como uma alternativa viável para a realização do sonho da casa própria. Inclusive, recentemente o governo federal sinalizou um incremento no orçamento destinado à habitação, o que promete ampliar as oportunidades nas faixas 2 e 3 do MCMV, atendendo a um público que, até então, via suas possibilidades de financiamento bastante comprometidas.
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Além de beneficiar diretamente a classe média, a ampliação do MCMV contribui para a reconfiguração do mercado imobiliário. Empreendimentos com subsídios mais significativos – especialmente na faixa 1, que oferece imóveis quase 100% subsidiados – têm ganhado destaque, sobretudo em regiões que demandam reconstrução e recuperação, como ocorre no Rio Grande do Sul após as enchentes de 2024.
Esse é um exemplo de como políticas públicas podem funcionar como um contraponto à pressão do mercado. Ao incentivar programas populares de habitação, o governo cria mecanismos para facilitar a democratização do acesso à moradia, principalmente para os segmentos mais afetados pelas altas taxas de financiamento.
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