Fintechs levam dinheiro digital para o centro dos eventos de inovação
A área financeira tem tomado espaço importante nos eventos de inovação que acontecem pelo Brasil. Neste mês de agosto, lideranças de startups de tecnologia financeira, conhecidas como “fintechs”, subiram ao palco, por exemplo, do HackTown, em Santa Rita do Sapucaí (Sul de Minas), e do Rio Innovation Week, na capital fluminense. Não foi surpresa, uma vez que o número de fintechs mais do que quadruplicou nos últimos seis anos na América Latina, passando de 703 em 2017 para 3.069 em 2023, segundo recente relatório divulgado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pela Finnovista, uma empresa de desenvolvimento de fintechs.
O Brasil lidera a região em número de fintechs, representando pouco menos de um quarto, seguido pelo México (20%), Colômbia (13%) e Argentina (10%) e Chile (10%). Os números refletem uma tendência crescente de digitalização e uma diminuição do uso de dinheiro físico, com o Brasil se posicionando na vanguarda da inovação em pagamentos digitais. De acordo com o estudo Consumer Pulse de 2023, mais da metade dos brasileiros (54%) reportaram já ter possuído um cartão de crédito de uma fintech.
A fundadora e conselheira da Me Poupe!, a influenciadora Nath Arcuri, participou do debate “Talk’n Tunes: Explorando as novas regras do jogo”, que lotou o espaço da cidade do interior de Minas, e também do painel “O futuro do dinheiro: como a inovação está mudando o mercado financeiro e os impactos na América Latina”, no Rio Innovation Week.
Uma mensagem que ficou é que a expansão do mercado das fintechs também passa por educação financeira. Quanto mais se sabe sobre finanças pessoais, quanto mais se entende o mercado financeiro, mais o brasileiro estará seguro para mudar seu comportamento de consumo e tomada de crédito.
Os tomadores de crédito, vale destacar, estão entre os que mais tornam esse mercado potente. Após desaceleração em 2022, com a alta de juros, em 2023 o volume de crédito concedido pelas fintechs subiu 52%, atingindo R$ 21,1 bilhões, segundo pesquisa da PwC e da Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD). O estudo mostrou ainda que as startups do setor financeiro ultrapassaram 53 milhões de clientes.
A proporção de fintechs consolidadas (com faturamento ou investimento acima de R$ 20 milhões) cresceu dez pontos percentuais, representando agora 58% das pesquisadas. Quase metade (46%) já tem licença do Banco Central para operar como Sociedade de Crédito Direto (SCD) ou Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP), ante 11% em 2019.
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