A importância estratégica dos seguros empresariais na gestão de riscos
Pela complexidade crescente da gestão de riscos, muitos empresários têm dado mais atenção ao tema e priorizado um foco mais estratégico no planejamento financeiro. Um movimento que começou depois da pandemia de Covid-19 (2020), quando a paralisação abrupta de atividades e a escassez de insumos escancarou a vulnerabilidade de muitos negócios.
A pandemia foi um caso extremo, mas serviu para alertar as empresas da necessidade de mapear de forma mais criteriosa os riscos que podem comprometer a continuidade operacional. Um dos pontos pouco atentados é a substituição de pessoas-chave (keypersons, na sigla em inglês), que são os profissionais considerados imprescindíveis, seja por seu potencial criativo, imagem pessoal ou capacidade de geração de negócios.
Para mitigar esse risco, há apólices que garantem capital para a contratação de um novo profissional com qualificações equivalentes ou, em casos específicos, a aquisição da participação societária junto aos herdeiros.
Além da proteção contra a ausência de pessoas-chave, o mercado oferece soluções específicas para diferentes necessidades corporativas. O seguro D&O (Directors & Officers), por exemplo, protege o patrimônio de executivos contra ações de responsabilidade civil derivadas de sua atuação na empresa. Outros produtos incluem coberturas voltadas à sucessão empresarial, proteção de colaboradores e mitigação de riscos jurídicos, como o seguro garantia judicial e o E&O (Errors & Omissions), que resguarda empresas contra decisões equivocadas involuntárias.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
Apesar da maior conscientização sobre a importância dos seguros empresariais, a adesão a produtos securitários está aquém do potencial. Dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg) apontam que apenas 26,7% dos micros e pequenos negócios possuem algum tipo de seguro corporativo, enquanto 20,9% protegem seus colaboradores com apólices específicas.
Entre empresas de médio e grande porte, a cultura de mitigação de riscos é mais consolidada, mas muitas ainda operam com coberturas defasadas ou insuficientes para suas necessidades atuais. Mas o cenário atual também representa oportunidades de expansão para o setor segurador.
As projeções da CNSeg revelam que algumas modalidades de seguro devem ganhar relevância em 2025, impulsionadas por tendências macroeconômicas favoráveis. O seguro garantia, por exemplo, tende a crescer com a retomada de grandes obras e projetos estruturais. Já o seguro de crédito, voltado à proteção contra inadimplência, deve se fortalecer em um ambiente de maior instabilidade econômica. O seguro condominial, por sua vez, acompanha o aumento da verticalização nas grandes cidades.
Diante desse contexto, as empresas dispõem de diversas alternativas para blindar suas operações contra imprevistos. Importante destacar que a escolha das coberturas mais adequadas exige olhar estratégico e consultoria de profissionais especializados, capazes de oferecer uma curadoria financeira e securitária alinhada ao perfil e aos objetivos da organização.
Ou seja, um produto securitário é concebido para dar proteção específica. Nesse sentido, mais do que buscar seguros isoladamente, o diferencial está em compor um portfólio de proteção que garanta resiliência e sustentabilidade ao negócio no longo prazo.
Para investidores que buscam alternativas de proteção para seus portfólios e expansão empresarial, os seguros empresariais representam uma ferramenta estratégica vital. Ao integrar seguros no planejamento de gestão de riscos, as empresas não apenas protegem seus ativos tangíveis e intangíveis, mas também promovem uma maior estabilidade e previsibilidade financeira. Por isso, entendo que, com o aumento das incertezas econômicas e das mudanças no mercado, a diversificação dos riscos por meio de seguros adequados oferece uma camada adicional de segurança que pode ser fundamental para a continuidade do crescimento empresarial.
Além disso, a integração de seguros no contexto da gestão de riscos corporativos permite que os investidores minimizem os investimentos financeiros de eventos inesperados, como incidentes, falências operacionais ou perdas de talentos estratégicos.
A contratação de coberturas como o seguro de responsabilidade civil empresarial, seguro de crédito e seguros para a proteção de ativos tangíveis contribui para uma abordagem mais robusta e holística, garantindo que as empresas possam se recuperar rapidamente de adversidades e seguir com suas operações sem grandes interrupções.
Diante das mudanças no cenário econômico global, um portfólio de seguros bem estruturado também se alinha às melhores práticas de governança corporativa, trazendo vantagem e confiabilidade para a gestão empresarial. Para os investidores, isso não significa apenas uma gestão mais eficiente dos riscos, mas também um aumento da atratividade da empresa no mercado de capitais, tornando-a mais sólida e resiliente frente a possíveis adversidades econômicas ou ambientais.
Ouça a rádio de Minas