Veja quais são as divergências na aceitação do open finance e do Pix pelo mercado brasileiro
O otimismo em relação ao open finance tem crescido entre seus entusiastas. Segundo o Relatório Anual do Open Finance, o número de consentimentos ativos alcançou 42 milhões, representando um aumento de 97% em relação ao ano anterior. Desses, 27,7 milhões são consentimentos únicos de pessoas físicas ou empresas. O sistema registrou 1,4 bilhão de chamadas para troca de informações e oferece uma variedade de produtos e serviços.
Para alguns é um cenário promissor e há os que acreditam que ele não terá tantos avanços.
No Brasil, cerca de 15% dos usuários de serviços bancários já compartilham seus dados por meio do open finance, enquanto no Reino Unido esse índice é de 13%. O modelo brasileiro, inspirado pelo sucesso do open banking britânico, agora se destaca como o maior do mundo.
Mas tem um ponto que precisamos refletir, consentimento é só o primeiro passo e não necessariamente significa que o sistema realmente esteja sendo adotado pela população. A adoção de um novo produto digital requer boas experiências, facilidade no uso e principalmente entendimento sobre os benefícios sobre o open finance.
Existem significativos investimentos no sistema. Segundo a pesquisa de tecnologia bancária divulgada na Febraban Tech deste ano, os investimentos realizados pelas instituições financeiras podem totalizar R$ 700 milhões até o fim de 2024. Esse aporte está diretamente ligado à ampliação da oferta de produtos e serviços aos clientes, por meio do uso eficiente e seguro dos dados compartilhados.
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A evolução e os investimentos comprovados por dados não surpreendem aqueles que acompanham a digitalização crescente do setor financeiro no Brasil. A população brasileira é reconhecida por sua abertura às novas tecnologias no setor bancário, como demonstrado pelo sucesso do Pix, lançado em 2020, que se tornou o meio de pagamento mais popular do País em 2023, com quase 42 bilhões de transações, segundo a Febraban.
Porém, apesar do reconhecido avanço do open finance em direção à adoção em massa, persiste uma percepção de lentidão na adesão e nos benefícios prometidos por este sistema. Uma das razões para essa sensação pode ser a comparação com o Pix, cujo crescimento exponencial foi facilitado pela simplicidade de uso, ao contrário do que ocorre com o open finance.
Um estudo conduzido pelo Instituto Locomotiva em parceria com a Xpeed revela que 90% dos entrevistados reconhecem a necessidade de educação financeira. Especialistas avaliam que, embora já esteja operacional em algumas áreas, o sistema ainda está em fase de validação.
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