Giro pelo mundo

Da vida e morte da diversidade, equidade e inclusão

Tudo de que tínhamos certo orgulho e considerávamos um avanço cultural importante da nossa geração, agora virou pó

As empresas norte-americanas na França, lembra, aquele país dos considerados chatos pelos brasileiros da classe média, mas que introduziu com sua revolução em 1780, palavras como Liberdade, Fraternidade e Igualdade, receberam uma circular na semana passada da Embaixada dos Estados Unidos, dizendo que não precisam seguir mais as regras de DEI, diversidade, equidade e inclusão.

Apesar de que o assunto da semana seja as novas tarifas que os Estados Unidos estão anunciando para o mundo, um intervalo no assunto das tarifas não vai fazer mal a ninguém. E o intervalo nos leva a refletir sobre o que como empresários vão fazer quando na maior economia do mundo e líder tecnológico, nos dizem que vamos voltar a roda. Ou seja, que, tudo de que tínhamos certo orgulho e considerávamos um avanço cultural importante da nossa geração, agora virou pó.

Não tenhamos dúvida de que muita gente acha que nesses assuntos, inclusive ESG, e mais a questão de gênero e minorias, avançamos demais. Bem, não custa lembrar a encíclica do Papa Leão XIII, de 1891, Rerum Novarum, que estabeleceu a doutrina social e as relações de trabalho. Ou seja, os avanços sociais não são uma linha reta da história e faz parte do sistema capitalista que os empresários não recebam bem certos avanços que podem ameaçar a rentabilidade das empresas.

Fica claro que a rejeição desses valores resumidos em duas vezes, três letras e mais algumas como LTBGQIA na principal economia vai levar a um retrocesso. Talvez demos três passos para frente e vamos dar um ou dois para trás. Alguns até quatro. Haverá também um ajuste econômico e sua reavaliação nas contas de empresas desses valores. Efetivamente esse processo, que será mais radical nos EUA, é diferente na Europa e Ásia.

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Houve muita confusão e também abuso na área empresarial, onde, lembra-se do caso da Americanas no Brasil, onde a empresa escrevia relatórios maravilhosos, glorificando-se de seus valores, enquanto estava quebrada. Outra questão é o meio ambiente. Negacionismo nessa área é andar sem guarda-chuva no meio de um furacão.

Como sociedade e como indivíduos, temos que decidir se os valores dos quais estamos nos afastando ou estão nos afastando, nos convêm ou não. Você, como empresário, não precisa de uma onda maior para ser correto, honesto, socialmente responsável, respeitoso e se preocupar com o meio ambiente. Isso você pode incorporar aos seus negócios como conjunto de seus valores, sua fé e sua educação e raízes. E fazer o cálculo de se isso convém ao seu negócio. Agora, se vão nos obrigar ao contrário, Houston, we have a problem.

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