Giro pelo mundo

G20 no Rio: o Brasil liderando e sendo liderado

O Rio continuará lindo quando 55 delegações de 40 países e 15 organismos internacionais debaterem o mundo sob o guarda-chuva do G20. Leia a coluna

O Rio de Janeiro continuará lindo, com o crime em recesso, chuvas e segurança total, quando 55 delegações de 40 países e 15 organismos internacionais debaterem sob o guarda-chuva do G20 a situação atual do mundo e o seu futuro.

O Brasil lidera esse seleto grupo pela primeira vez e escolheu o tema da inclusão social, com a aliança global contra a fome e a pobreza como prioritários, além da reforma do sistema multilateral que está aí desde Breton Woods, em 1944, Nações Unidas, FMI etc, e mais a sustentabilidade.

A reunião, presidida por Lula no Rio de Janeiro, que vai também abordar o tema das guerras, é o jogo final de um campeonato diplomático que durante um ano reuniu, além dos diplomatas, também ministros de diversas áreas, como finanças, educação, economia, meio ambiente e também grupos empresariais.

Essa reunião, que terá a notável ausência do Presidente Putin, vai trazer outros presidentes e chefes de Estado, como Biden dos EUA, Xi da China, que ainda vai ficar depois em visita de estado, pela primeira vez o Milei da Argentina, Macron da França, Melloni da Itália, Ishiba do Japão, Modi da Índia, Claudia Sheinbaum do México e outros.

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É bom observar que alguns vêm em pleno poder, como Melloni e Milei, melhores amigos do recém-eleito Trump, e outros como Scholz da Alemanha, Ishiba, e Macron, enfraquecidos nos seus próprios países. Mas ninguém tanto quanto Biden, a quem provavelmente pararam de servir até cafezinho na Casa Branca. E sobre a reunião vai o tempo todo pairar a sombra de Trump, que provavelmente não vai querer participar de próximas reuniões e nem concordar com o que for concluído nesta.

O Brasil, que vai no próximo ano presidir os BRICS e organizar a reunião sobre Clima COP-30 em Belém, só tem a ganhar com as divergências que vão surgir no Rio. Primeiro, porque liderou dezenas de reuniões com competência e abriu inúmeros temas e diálogos em níveis operacionais que só melhoraram o relacionamento político e econômico do país. Os temas que propôs são convergentes, mesmo que o follow up não seja eficiente. E sobre temas não convergentes, como os conflitos em Gaza e na Ucrânia, a mensagem de paz será significativa.

A parte mais importante será a dos encontros bilaterais, o jogo não público. E, nesse capítulo, como os países vão reagir ao isolacionismo de Trump e seu conflito com a China. Se Trump subir as tarifas contra a China, a China desvaloriza o yuan e continua competitiva, mas também cresce a inflação nos EUA. Ou seja, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. E no capítulo China, como fica se o Brasil aderir à Rota da Seda.

O final da reunião não será uma aliança pró ou contra Trump nem pró China. Mas é a primeira vez que os chefes de estados e de governos vão se reunir após a eleição do presidente dos EUA. E certamente as conversas vão gerar diálogos. Sob os céus do Brasil.

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