Inserção dos municípios no mundo deveria ser pauta eleitoral
Além de ruas, esgoto, saúde, educação, iluminação, segurança e outros itens da agenda do dia, o que determina a nossa vida no município no qual vivemos e vamos eleger o prefeito e vereadores no próximo domingo?
Imagine que uma fábrica de automóveis, em vista da concorrência chinesa e da crise econômica no país da sua sede, resolva – aliás, no passado já aconteceu isso – reduzir o número de funcionários em metade. Ou que o preço do minério de ferro despenque e a mineradora que é o maior empregador e contribuinte de impostos, feche as portas.
Não há município hoje no Brasil, e em especial no Sudeste, que não tenha forte influência internacional na vida de cada cidadão. Sejam por meio de investimentos, seja de comércio internacional, empregos e qualidade de empregos. E também financiamentos para as obras de infraestrutura que vêm de bancos como o BID ou o Banco Mundial.
Também a educação está internacionalizada, seja pelo ensino de idiomas, mas também com estudantes indo e vindo. No turismo nem se fala, turista estrangeiro é que traz divisas.
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A sociedade brasileira é multicultural, composta por descendentes de imigrantes de todos os continentes, raças, religiões, mas todos brasileiros. E não devemos também esquecer que no exterior vivem 4 milhões de brasileiros e há municípios que vivem de remessas deles.
Mesmo com esse grau de integração internacional e sua influência na vida do brasileiro, a inserção dos municípios no mundo não é pauta nas eleições. Nem nos lugares onde imigrantes, como em Roraima, batem à porta. Poucos candidatos falaram como vão manter e trazer investimentos estrangeiros e conviver com o mundo para o bem dos seus cidadãos.
A exceção à regra foi Tabata Amaral em São Paulo, a cidade que abriga, depois de Nova York, o maior número de representações diplomáticas no mundo. O programa dela prevê ações transversais de paradiplomacia e diplomacia pública, ou seja, todos os órgãos da prefeitura têm que levar em conta a internacionalização em seu trabalho, com intensa integração, em especial na área climática, e intercâmbio em boas práticas de gestão pública, financiamentos internacionais, inovação e tecnologias educação. Em resumo, a internacionalização tem que melhorar a vida do cidadão.
Num mundo competitivo e global, as prefeituras são a base do desenvolvimento e os prefeitos e vereadores têm que ter esta visão. A vantagem de ser caipira é ilusória e enganadora, porque o mundo bate na porta de cada um. Conhecimento de línguas é a menor parte nesse processo de responsabilidade de oferecer aos cidadãos uma gestão mais profícua. Os candidatos com melhor conhecimento do mundo vão trazer mais benefícios para os municípios. Sejam eles prefeitos ou vereadores. Mesmo o Prefeito de Sucupira, Odorico, sabia disso.
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