A roupa fala: o que disse o vestuário de Melania Trump durante a posse

A primeira-dama dos EUA, Melania Trump, causou alvoroço na mídia com seu elegante
sobretudo azul marinho, chapéu de abas largas e luvas de couro durante a posse do marido. O
evento aconteceu na semana passada e diversos especialistas já se manifestaram sobre suas
escolhas de vestuário para a ocasião e as mensagens claras que a primeira-dama enviou.

Falamos muito sobre as mensagens que podem ser transmitidas com nossas escolhas para
vestir, nossa conduta, nossos gestos. Melania não teve lugar de fala na cerimônia, mas sua
presença disse muito sobre ela e sobre seu lugar neste novo governo Trump. O conservadorismo elegante, emblemático e marine que ela vestiu revelou proteção,
distanciamento e também força.

Vamos às leituras da simbologia aparente das vestes da primeira-dama dos EUA no evento de
posse. O primeiro ponto é a escolha de um estilista nova-iorquino, Adam Lippes, uma clara
valorização do “ser nativo” e do apoio à indústria local e nacional que integram o discurso
Trumpista.

O segundo ponto são as linhas firmes que modelam o sobretudo e ornam o pescoço (duas linhas brancas diagonais marcantes) que impactam e mantém à distância os indesejáveis e sinalizam que neste mandato ela não ficará tão alheia à política quanto nos quatros anos do
primeiro governo Trump.

A política americana deste segundo mandato, dizem os especialistas internacionais, está ainda mais voltada para o nacionalismo e o conservadorismo.

O rosto da primeira-dama americana foi visto pela metade. As abas do chapéu limitaram a visão e a protegeram (uma vez que os olhos são a expressão da alma). Não dá para avaliar como ela estava se sentindo, no entanto, há quem diga que a sua postura revela uma presença apenas protocolar. Ou seja, tenho que estar aqui. Uma imagem belíssima de austeridade e
impenetrabilidade.

A austeridade, a força e o poder também fazem parte da leitura da imagem de Melania na
cerimônia. Sobre saltos altíssimos, Melania Trump não só ganhou mais altura, mas manteve-se
fiel a sua personalidade e preferência pelo modelo stiletto.

A escolha das cores também tem significado: o azul marinho e os toques brancos nos levam direto aos marines. Seria uma alusão aos fuzileiros navais, a primeira força bélica americana a entrar em um conflito? E, assim, temos mais um elemento para o aspecto militar geral da vestimenta.

No baile comemorativo, Melania Trump mantém uma presença marcante. A escolha de um
vestido, tomara que caia, reto e branco com linhas diagonais pretas, fenda e uma gargantilha
de fita preta com broche de diamante é mais um sinal de que ela não quer passar despercebida.

Novamente o alto contraste entre as cores nos mostrou força e poder. Por outro lado, a primeira-dama buscou para a missa do dia seguinte da posse um visual sóbrio, preto e
de linhas retas, trazendo novamente as mensagens de força e poder, mas com cabelos soltos
sobre os ombros, sinalizando mais abertura e diálogo.

O fato é que Melania Trump falou através de suas roupas, teve voz, disse a que veio. Se é isso mesmo, ou se suas escolhas foram feitas tendo como critério apenas a formalidade dos eventos e clima frio do dia, o tempo dirá.