A bolsa da criança e a boca grande dos internautas
A pauta de hoje é, mais uma vez, sobre a importância de sua imagem e seu comportamento na internet e redes sociais. Ainda repercute o caso envolvendo a família Justus. Para quem não sabe, uma foto do casal Roberto Justus e Ana Paula Siebert com sua filha de cinco anos causou alvoroço na internet. A garotinha estava usando uma minibolsa de luxo – uma Fendi avaliada em R$14 mil – e por isso recebeu hates agressivos de internautas. Dois deles chamam atenção pela grosseria e pelo absurdo da proposta.
O professor Marcos Dantas, aposentado da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ sugeriu “só guilhotina” para a criança e seus pais ao comentar um post de outro perfil que fez alusão aos bolcheviques – na revolução Russa eles lutaram por uma sociedade mais justa, igualdade social e implantaram o regime comunista naquele país.
Dantas pediu desculpas, disse que foi uma metáfora histórica e que não tinha intenção de ameaçar a família, mas está marcado negativamente e vem sendo duramente criticado pela mídia e pelos internautas.
A repercussão respingou na universidade que se posicionou dizendo que “repudia qualquer tipo de expressão de pensamento que incite à violência ou agrida a terceiros” e que o professor está aposentado desde 2022, logo suas postagens são inteiramente pessoais.
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Outro comentário ofensivo partiu da psicóloga Aline Alves de Lima, que respondeu “tem que mttr mesmo” à foto repostada por um terceiro perfil. Ela também se retratou, dizendo que foi infeliz e que sua fala foi usada metaforicamente, negando qualquer ameaça à família.
Importante destacar que nenhum dos dois comentou na publicação original da foto, mas em perfis onde a foto foi repostada com a intenção de contestar a ostentação da riqueza e lembrar a desigualdade de classes.
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A família Justus está levando o caso à justiça e disse que não vai relevar as ofensas agressivas, que o post incentivou o discurso de ódio em suas páginas e que não podem compactuar com ataques à filha e com tamanho desrespeito. “Não podemos deixar que as pessoas pensem que internet é terra de ninguém” disse o casal em vídeo público de posicionamento.
Esse caso reacende o alerta sobre o comportamento nas redes sociais, local onde muitas vezes as mensagens podem sair truncadas expondo conflitos, despertando sentimentos negativos e servindo de gatilhos para o discurso de ódio. Por essas e outras é que chamamos a atenção de quem leva sua imagem pessoal e profissional para o universo virtual.
Nas redes sociais o comentário está na ponta do dedo, fácil e rápido, logo a espontaneidade pode ser um risco. A tela é um escudo protetor, assim pensam. Mas é nesse universo que as pessoas te veem, te observam e aprendem a te conhecer.
Publicações, curtidas, comentários e compartilhamentos constroem a narrativa da sua imagem — especialmente quando se busca reconhecimento ou admiração. A interação online é mais um elemento
que mostra quem somos.
Aqueles que já têm destaque profissional devem redobrar esse cuidado. A postagem feita por Ana Paula
mostra o estilo de vida dos Justus, comunicando união familiar, beleza, bom gosto e também status. O
debate não é sobre silenciar, mas refletir sobre as implicações do que se compartilha. Não se trata de
não se manifestar, de não se expor, mas de considerar as implicações do que se diz ou posta. Você pode
discordar, criticar, protestar — mas engrossar o discurso de ódio é crime.
Se de um lado a crítica social tem limites, os influenciadores também devem considerar o papel das redes na exposição de crianças e o impacto da desigualdade na percepção pública. Estilos de vida luxuosos podem reforçar desigualdades e gerar reações intensas.
Ou seja, na internet todo mundo tem voz e os internautas tem boca grande para o bem e para o mau.
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