Festa da empresa é pra curtir; bora socializar!

Chegou dezembro e com ele as tradições e comemorações para se despedir do ano e se preparar para uma nova jornada de doze meses. A tradicional festa de confraternização da empresa já está marcada, tem encontro do departamento, amigo oculto, bônus para quem merece, brindes, folgas e muitas oportunidades de relacionamento e aproximação com os colegas.

O momento é especial para liberar energias acumuladas da pressão de “fechar bem o ano”. É hora de curtir, de comemorar e relaxar. Hora de socializar! Mas tenha em mente que as festas e encontros empresariais são situações distintas das reuniões familiares e entre amigos. E como aproveitar realmente as festas e encontros profissionais desta época? Com bom senso.

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Há algumas recomendações clássicas como beber moderadamente, vestir-se de acordo com o evento e a ocasião, conversar sobre temas amenos, evitar conflitos e contribuir para um bom clima no encontro. No entanto, é um momento também de lazer e diversão. E diversão é recreação, alegria, brincadeira, curtição, entretenimento, festa, prazer… mas a festa é também uma extensão do ambiente de trabalho, logo as regras da empresa continuam valendo.

Entre no clima da festa com equilíbrio. Seja cordial, a festa é feita para relaxar, celebrar conquistas e fortalecer relações. Converse com as pessoas, aproxime-se de colegas de outras áreas, inclusive de lideranças. Quanto às bebidas, observe-se, intercale álcool com água e refrigerante, alimente-se. Também dá para contar piadas, dançar, cantar e participar das atividades com bom humor. Faça tudo sem exageros, sem excessos e não misture conflitos ou tensões do trabalho com o clima festivo.

Aviso aos gestores

Muitos se esquecem que a responsabilidade da empresa não tira férias. Mesmo com música alta e clima descontraído, vale lembrar: álcool e informalidade podem virar uma combinação perigosa, abrindo espaço para situações de assédio moral ou sexual.

A Justiça do Trabalho leva esses episódios a sério. Se algo acontecer na festa, a empresa pode responder por danos morais e materiais — sem falar no estrago que um episódio assim causa à reputação, algo difícil de reconstruir depois.

Por isso, prevenção não é ser “chato”, é proteger pessoas e a imagem da organização. Avisar antes quais são as regras de conduta, controlar o consumo de álcool e manter canais de denúncia funcionando são atitudes simples de Compliance que ajudam a garantir que a festa seja boa para todo mundo — durante e depois.

Depois da festa

Em tempos de redes sociais e vida exposta tenha muita atenção com as imagens e vídeos que for postar. Opte por não se expor ou a colegas em situações vulneráveis ou desconfortáveis. Mostre o lado legal da festa, evite bastidores, avise as pessoas que você vai publicar as imagens, marque aqueles que concordarem com o post. Se fizer lives ou chamadas de vídeo tenha atenção com o que diz e mostra.

Evite postar questões pessoais que rolaram na festa como desabafos, intimidades, paqueras, flertes ou conversas privadas que ocorreram no evento. E finalmente, não faça comentários ou legendas irônicas obre colegas, chefes ou setores com piadinhas, indiretas, “exposed”.

A Associação Brasileira de Recursos Humanos aponta alguns comportamentos que podem virar problema: casos de embriaguez excessiva, discussões, postagens inadequadas nas redes sociais, brincadeiras constrangedoras e avanços indesejados. Ainda segundo a ABRH, dependendo da gravidade, atitudes assim podem configurar assédio moral ou sexual, violação do código de ética e até motivo para demissão por justa causa.

Uma boa estratégia é conhecer bem as políticas da empresa sobre condutas e assédios para não passar da conta, seja com comentários inadequados ou com toques indesejados. Nos últimos anos, a tolerância nas empresas, inclusive por pressões internas e externas, é cada vez menor.

Resumindo, a festa da empresa é uma oportunidade valiosa de celebrar conquistas, fortalecer vínculos e iniciar o novo ano com boas energias, mas exige responsabilidade e consciência. Afinal, diversão e profissionalismo podem, e devem, caminhar juntos para que todos aproveitem a ocasião de forma positiva e construtiva.