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Papo reto com a Geração Z

Essa nova geração impressiona por mentalidade digital nativa e fluência tecnológica
Papo reto com a Geração Z
Foto: Adobe Stock

Já teve a sensação de que seu jovem colega de trabalho não está nem aí para coisas que você valoriza no dia a dia profissional? Em caso positivo, você provavelmente está diante de um profissional da chamada Geração Z. São os novos trabalhadores que acabam de assumir postos de trabalho em todo o mundo. No Brasil, eles ocupam 23% da força de trabalho, cerca de 23 milhões de trabalhadores. Segundo o IBGE são 47 milhões de pessoas, entre 15 e 29 anos, 48% deles economicamente ativos. Ou seja, é com eles que o mercado conta e vai contar nos próximos anos, logo, empresários, aceitem e se ajustem às novas demandas dos trabalhadores.

Essa nova geração impressiona por sua mentalidade digital nativa e fluência tecnológica. Destacam-se também pelo espírito empreendedor, pela facilidade de adaptação e aprendizado, e pelo potencial para liderar de forma horizontal e colaborar em equipe. Mas também precisa fazer a parte que lhes cabe: cumprir o contrato de trabalho, manter os compromissos, fazer as entregas nos prazos e com consistência são algumas das reclamações das lideranças.

Mas principalmente, a Gen Z tem muito a desenvolver como a resiliência emocional e a tolerância à
frustração, entender que há dias ruins também no trabalho, fortalecer habilidades interpessoais (soft skills), investir também no próprio desenvolvimento profissional; abrir-se e compreender a cultura organizacional além de reduzir a expectativa de sucesso instantâneo.

Também já conhecemos as características destes jovens trabalhadores: valorização do bem- estar, harmonia e equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, agilidade e praticidade, absorvem bem tecnologias, valorizam lideranças empáticas, informais e acessíveis, são inclusivos, atentos à saúde mental e, principalmente, veem o trabalho como um meio e não um fim. Um dos importantes desafios do mercado é exatamente alinhar as expectativas dessa turma com as da empresa e criar o sentimento de pertencimento.

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Sentimento esse que só virácom a identificação de valores e princípios entre as duas partes. Desta forma, não só os empresários precisam evoluir no entendimento dessa nova relação de trabalho, como os jovens
profissionais também têm muito a construir e a desenvolver. Ou seja, trabalhar junto, nesse momento, é o desafio de ambos.

Outro ponto que costuma incomodar os empregadores é a forma como essa geração encara a
permanência no emprego. A média nacional, segundo o IBGE, é de que nesta faixa etária a
permanência em um mesmo emprego é de nove meses, enquanto a média é de dois anos.

Logo, outro aprendizado que deve entrar na pauta desses jovens profissionais é que trocar de
emprego pode ser saudável, mas a excessiva rotatividade empobrece o currículo e dificulta a evolução. Especialistas em gestão de pessoas apontam que é preciso ficar o tempo necessário para deixar resultados concretos e, assim, construir uma reputação, autoridade e, consequentemente, construir uma carreira sólida.

O papo reto é esse: além da adequação das empresas que podem promover uma série de ações e treinamentos para alinhar o comportamento das equipes, os jovens também precisam fazer a sua parte, afinal como agentes naturais da transformação digital, da diversidade e da inovação, cabe também à Geração Z fazer a sua parte para que haja alinhamento cultural, propósito e um modelo de gestão que converse com sua visão de mundo.

E o que a Geração Z pode fazer? Quanto ao dia a dia, seguem algumas sugestões:

  • Aprenda a conviver com a ambiguidade – Faz parte do amadurecimento profissional lidar com
    incertezas e contextos imperfeitos.
  • Fortaleça sua capacidade de se relacionar e comunicar bem no ambiente profissional – O
    comportamento, empatia e inteligência emocional são importantes. Saiba se comportar no
    ambiente de trabalho, adeque seu estilo às normas da empresa, treine a comunicação.
  • Seja protagonista da própria carreira – Seja proativo, invista em formação, não espere tudo da
    empresa.
  • Pratique o diálogo intergeracional – Compartilhe seu conhecimento com os veteranos e
    coloque seu ponto de vista sem arrogância.
  • Ajuste suas expectativas ao contexto – Saiba que você está no início de um processo e tenha
    paciência.
  • Seja agente das transformações internas: participe, proponha e contribua para a mudança e a construção de uma nova cultura.

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