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Quando a aparência fala mais alto: calça rasgada desclassifica candidata a vaga de emprego

Em que era estamos vivendo para uma pessoa não se qualificar para uma vaga por causa da roupa que veste?
Quando a aparência fala mais alto: calça rasgada desclassifica candidata a vaga de emprego
Foto: Adobe Stock

É cada vez mais frequente os depoimentos em redes sociais reclamando de processos de seleção a vagas de emprego. As razões são diversas, mas recentemente viralizou nas redes sociais um post de uma garota se queixando de não ter sido sequer entrevistada em uma seleção por causa do que estava vestindo: uma calça jeans clara ajustada, cheia de rasgos e buracos (próprios da moda destroyed) e uma camiseta preta de manga comprida.

Na faixa dos vinte e poucos anos, a garota questiona – Em que era estamos vivendo para uma pessoa não se qualificar para uma vaga por causa da roupa que veste? O entrevistador quis saber se ela iria trabalhar com aquele tipo de roupa, pois a aparência de uma pessoa diz muito sobre ela. Na fila para a vaga havia mais dez pessoas, a garota foi logo dispensada.

Já falamos como se preparar para concorrer ao emprego dos sonhos.

Vamos aprofundar um pouco no tema e abordar a base dos conceitos de imagem: a leitura dos elementos em destaque na aparência de uma pessoa. Vejamos o que diz a sabedoria popular: “Uma imagem vale mais que mil palavras”; “Me diga com quem andas e direi quem és; “Vista- se para o emprego que você quer ter, não para o que você tem”; “O que os olhos veem, o coração sente”; “O hábito faz o monge.”

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E também os ditos que nos alertam para uma observação mais criteriosa: “Por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento, “Quem vê cara, não vê coração”; “Nem tudo que reluz é ouro;” “Beleza não põe mesa”; “Não se julga o livro pela capa.” Ou seja, estamos falando de primeiras impressões e já sabemos que formamos opinião sobre alguém em poucos segundos.

Na busca por uma colocação no mercado de trabalho estamos lidando exatamente com as primeiras impressões: aparência pessoal, higiene, fala, conhecimento, postura, desenvoltura… Isso vale para todos os segmentos e cargos desejados. Ou seja, independentemente do que você pensa de si mesmo e sobre a sua aparência, os olhos que te observam levam em consideração crenças e referências próprias sobre estética, educação, cultura, vivência e, em se tratando de empresas, a cultura organizacional e o dress code do setor ou da própria organização.

Logo, na busca de aprovação, em determinados círculos, é preciso afinar sua imagem, linguagem e postura à do grupo em questão. As pessoas gostam de diversidade, mas também a temem e estranham. Manter a autenticidade é fundamental para assegurar sua personalidade e diferenciação, e isso pode ser feito conciliando os dois interesses: ser aceito, admirado e ser você mesmo. Obviamente que, ter experiência, capacidade e qualificação devem predominar no momento da decisão. O desempate será a favor daquele profissional que causou melhor impressão aos recrutadores.

Outro aspecto relevante é a linguagem. A comunicação é uma habilidade bastante respeitada e está entre as características que diferenciam um candidato de outro. Especialmente entre os profissionais mais jovens, o uso de gírias, expressões e vícios de linguagem comprometem a credibilidade.

Alguns exemplos: “Tipo assim”; “Coisa, trem, negócio”, “Tá ligado”. “Top, show” são comuns no dia a dia, mas enfraquecem a comunicação e a credibilidade. Comunicação é prática, hábito e se aprende.
Quando se fala em pressão estética no trabalho, o maior peso recai sobre as mulheres.

Pesquisa realizada no ano passado revela que 69% das mulheres já sentiram algum tipo de pressão estética no trabalho – seja pelo vestuário, corte de cabelo, peso ou outro. A pesquisa mostrou também que 45% das respondentes já mudaram a aparência para se adequar ao ambiente profissional e 88% acreditam que o peso corporal influencia nas oportunidades de crescimento.

O estudo foi realizado pela ONG Plano de Menina, voltada para o empoderamento de meninas e mulheres da periferia, e pela empresa de cosméticos The Body Shop. A pesquisa “Por trás da aparência: Um estudo sobre mulheres e os desafios dos padrões estéticos no mercado de trabalho” revela que a questão precisa de atenção e debate. Mas o fato é que vivemos em um período de muitas mudanças nas relações de trabalho e que, enquanto não se estabelece novas regras, o jeito é se adequar.

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