Má conduta na internet pode acabar em demissão; veja os casos de Tânia Bulhões e Karla Sofía

A presença na internet precisa ser melhor cuidada. Empresas, executivos, empresários,
profissionais, celebridades ou não são alvos fáceis para ações negativas quando caem na rede
por algum deslize.

Os nomes de Tânia Bulhões e de Karla Sofía Gascón estão na pauta das redes sociais e ganharam a mídia formal. Há dias ambas são alvo de inúmeras críticas e hates ofensivos. A empresária Tânia Bulhões por vender produtos de luxo que, ao que parece, não são assim tão luxuosos e autorais como ela propagava. A atriz Karla Sofía Gascón, do recomendado filme “Emilia Pérez”, recebe os holofotes negativos por tweets ofensivos, racistas e xenofóbicos publicados há mais de dois anos.

As tentativas de reposicionamento de ambas têm sido em vão. As consequências são bem
evidentes para a atriz e põem em risco sua carreira. Ela foi cortada da campanha de divulgação
do filme que tem treze indicações ao Oscar 2025, inclusive o de Melhor Atriz para Gascón.

Do seu lado, a empresária cancelou a produção de algumas de suas coleções, inclusive a Marquesa, cujas peças idênticas foram encontradas na Tailândia sem seu logotipo, evidenciando a compra de lotes prontos, e obviamente, mais baratos que os vendidos por aqui.

Clientes começaram a denunciar a marca de Bulhões também por colocar sua logo sobre a do fabricante da peça. Com isso, a fama de itens exclusivos, um dos critérios que assegura o produto sofisticado e de luxo, caiu em descrédito.

---

As lições destes episódios são importantes. A primeira vem da marca Tânia Bulhões. Uma
empresa precisa realmente portar-se de acordo com seu posicionamento de mercado e com
diretrizes estratégicas que garantam que suas mensagens sejam transmitidas de maneira
uniforme em todas as plataformas. Mas nada adianta se não houver coerência, transparência e
verdade na conduta empresarial.

A partir das críticas foram levantados outros aspectos negativos da marca, como a condenação por crimes financeiros julgados em 2010. Cada vez que um tema viraliza nas redes sociais, o passado vem à tona.

A outra lição, que vem sendo repetida continuamente por quem entende do mundo virtual, é o fato de que na internet todos têm voz e nada desaparece. Mesmo que o que você disse há anos não represente mais seu pensamento, o registro está feito e poderá ser usado contra você.

Karla Sofía Gascón certamente está vivendo um momento muito difícil, ao invés de estar à
frente da defesa de “Emilia Pérez”, onde é protagonista. Perdeu espaço até no material de
divulgação do filme, não tem mais apoio dos produtores para participar dos prêmios a que o
filme concorre e vem sendo alvo de muitas ofensas em suas redes sociais.

No X, antigo Twitter, ela desativou sua conta. Emitiu um comunicado de desculpas pelas publicações passadas e se disse arrependida uma vez que, como membro de uma comunidade marginalizada (ela é uma mulher trans), entende profundamente o sofrimento causado por suas palavras. Nada adiantou.

No meio corporativo é comum a busca nas redes sociais para se conhecer melhor um profissional. Se por um lado há aqueles que só postam generalidades, evitam exposições
demasiadas, por outro há quem se coloque diariamente em frente às câmeras para dar
opiniões, comentar fatos do seu dia a dia, rotinas de trabalho ou mesmo para repercutir
acontecimentos.

Não estamos falando dos podcasts, canais do Youtube, contas de Tiktok etc. São profissionais que entendem que a rede social não tem nada a ver com a vida profissional. São pessoas que falam o que querem sem medir consequências, que acreditam que os filtros de acesso nunca serão corrompidos, e logo, estão seguros.

E como tudo isso afeta seu emprego? Não há estatísticas precisas sobre o número de
demissões no país que estejam associadas às postagens em redes sociais. No entanto, há
estudos e notícias que indicam que o uso inadequado dessas plataformas pode resultar em
desligamentos, especialmente por justa causa.

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não aborda especificamente o uso de redes sociais, mas permite que as empresas definam, em contrato, condutas relacionadas ao uso dessas plataformas, desde que não violem disposições de proteção ao trabalho.

Ou seja, é evidente que comportamentos e imagens inadequados postados nessas plataformas podem levar a desligamentos, especialmente quando afetam a imagem da empresa ou violam seus princípios e normas internas.

Se você quer evitar problema veja aqui algumas dicas de comportamento na web.