Indústria Inteligente

Indústria sob ataque: a hora da cibersegurança

Apesar do aumento da conscientização sobre o tema, a indústria brasileira segue vulnerável

A digitalização das fábricas brasileiras trouxe ganhos de eficiência, mas também elevou o risco de ataques cibernéticos. Na indústria, uma invasão pode paralisar linhas de produção, comprometer a segurança dos trabalhadores e gerar efeitos em cascata que afetam fortemente o negócio. Segundo o relatório Panorama de Ameaças para a América Latina 2024, o Brasil é hoje o segundo país com mais registros de ataques digitais no mundo. Esta realidade reforça a urgência de fortalecer a proteção cibernética.

Apesar do aumento da conscientização sobre o tema, a indústria brasileira segue vulnerável. O setor está entre os alvos preferenciais de criminosos, conforme o estudo Panorama do Risco Cibernético no Brasil 2025, da Vultus Cybersegurança. Ainda assim, cerca de metade das empresas não tem condições de reagir adequadamente a um incidente. Persistem, portanto, fragilidades significativas diante de ataques cada vez mais frequentes e sofisticados.

Principais riscos para o setor industrial

Os riscos digitais ao setor industrial podem gerar impactos reais. Entre os principais estão:

• Paralisação da produção: mesmo poucas horas de linha parada podem representar prejuízos milionários e multas contratuais por atrasos.
• Extorsão digital (ransomware): criminosos exploram a urgência de retomada do controle dos dados para exigir resgates. Segundo o relatório The State of Ransomware 2025, da Sophos, 49% das empresas atacadas pagaram a quantia exigida.
• Quebra na cadeia de suprimentos: um fornecedor invadido pode paralisar uma indústria inteira, atrasando entregas de matérias-primas, desorganizando o fluxo de produção e, em última análise, prejudicando os clientes finais.
• Riscos à segurança humana: falhas em sistemas industriais de controle podem causar acidentes de trabalho e colocar vidas em risco.

Além dos impactos operacionais, os danos reputacionais costumam ser duradouros, quando interrupções e vazamentos abalam a confiança de clientes e parceiros. O prejuízo financeiro também é expressivo: em grandes empresas, um incidente digital custa em média mais de US$ 4 milhões, chegando a US$ 10 milhões nos casos mais graves, ainda de acordo com a Vultus Cybersegurança.

Como a indústria pode se proteger – Em um cenário de alta no número de ataques digitais, a proteção da indústria contra essas ameaças tornou-se prioridade estratégica. Entre as medidas essenciais estão a inclusão do risco cibernético na agenda de conselhos e diretorias, a definição de planos de resposta a incidentes e continuidade de negócios, a capacitação de equipes para identificar ameaças e adotar práticas seguras, além da realização de simulações periódicas de invasão para detectar e corrigir falhas antes que sejam exploradas.

A cibersegurança passou a ser parte indispensável da continuidade dos negócios na indústria. Ataques digitais provocam impactos financeiros, operacionais e humanos, com potencial de causar prejuízos significativos. Proteger sistemas industriais é, portanto, proteger vidas, empregos e a perenidade das organizações.

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