Inovação em Pauta

Ambidestria organizacional: equilibrando a inovação e a eficiência

A gestão eficaz de uma organização é um equilíbrio delicado entre a busca por eficiência operacional e a necessidade constante de inovar. Muitas empresas enfrentam o desafio de navegar nessas duas águas turbulentas, buscando otimizar suas operações existentes enquanto exploram novas oportunidades de crescimento.

A ambidestria organizacional emerge como uma abordagem estratégica que visa conciliar essas duas dimensões aparentemente opostas. Este conceito ganhou força no ambiente organizacional há exatos 20 anos, por meio de dois papers, sendo um deles do MIT Sloan Management Review (Building Ambidexterity Into an Organization, 2004), que apresentaram o termo e, consequentemente, o dilema de cuidar do negócio e da estrutura atuais e, ao mesmo tempo, olhar para negócios emergentes e estruturas futuras.

Definição de ambidestria organizacional – A ambidestria organizacional refere-se à capacidade de uma organização equilibrar efetivamente a exploração e a explotação. A exploração envolve a busca por novas oportunidades, inovação e adaptação a mudanças ambientais, enquanto a explotação se concentra na otimização de processos existentes e na eficiência operacional.

Exploração e explotação – A exploração é essencial para a sobrevivência a longo prazo de uma empresa, permitindo que ela se adapte a novas tendências de mercado e tecnológicas. Isso envolve a experimentação, a busca por novas ideias e a disposição para correr riscos. Por outro lado, a explotação é necessária para garantir a estabilidade e eficiência operacional. É a gestão eficiente dos recursos e processos existentes, garantindo a consistência e a confiabilidade.

Desafios da ambidestria operacional – Apesar de seu potencial, a implementação eficaz da ambidestria organizacional é desafiadora. As organizações muitas vezes lutam para encontrar o equilíbrio certo entre a exploração e a explotação, arriscando-se a se tornarem excessivamente voltadas para a eficiência e, assim, perderem oportunidades inovadoras ou, ao contrário, tornarem-se excessivamente inovadoras, negligenciando a eficiência operacional.

Criação de uma cultura ambidestra – Uma cultura organizacional que promova a ambidestria de gestão é crucial. Isso implica em encorajar a colaboração entre as equipes dedicadas à exploração e à explotação, promovendo a troca de conhecimentos e aprendizado contínuo. Lideranças devem incentivar a aceitação de riscos calculados e a aprendizagem com os fracassos.

Tecnologia como facilitadora – A tecnologia desempenha um papel crucial na ambidestria de gestão. Ferramentas de análise de dados, inteligência artificial e automação podem melhorar a eficiência operacional, permitindo que as organizações otimizem processos. Ao mesmo tempo, essas tecnologias podem impulsionar a inovação, fornecendo insights valiosos e suportando a experimentação.

Alguns exemplos de sucesso – Empresas como Google, Amazon e Apple são frequentemente citadas como exemplos de ambidestria de gestão. Mas aqui cabe destacar alguns exemplos brasileiros como Natura, Localiza e Cielo. Essas organizações conseguiram encontrar o equilíbrio certo entre eficiência operacional e inovação, incorporando práticas ambidestras em sua cultura e estratégia de negócios.

Concluindo, em um mundo de mudanças rápidas e constantes, a ambidestriaorganizacional é mais do que uma estratégia, é uma necessidade para as organizações prosperarem a longo prazo. Encontrar o equilíbrio requer esforços contínuos, liderança visionária e uma cultura organizacional que valorize a adaptabilidade e a aprendizagem. Superar os desafios culturais e regulatórios, aproveitando as oportunidades de um mercado diversificado e em constante evolução, será crucial para o sucesso contínuo das empresas brasileiras no cenário global. À medida que as empresas buscam a ambidestria de gestão, estão melhor posicionadas para enfrentar os desafios do presente e do futuro, alcançando o sucesso sustentável em um ambiente de negócios dinâmico.

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