Inovação em Pauta

Carnaval tech aplicado à gestão e experiência

O Carnaval brasileiro traduz o potencial da nossa indústria criativa, diversa e histórica para o mundo. Segundo a Agência Brasil, a expectativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) projetou uma movimentação de R$ 9 bilhões, crescimento de 10% comparado a 2023.

Emprego, turismo, vendas reforçam os números para além das grandes concentrações como Rio, Salvador e São Paulo, apontando, no período, crescimento no turismo de 20,2% em Minas Gerais, 14,5% no Paraná e 12,2% no Rio Grande do Sul. Para encantar tanta gente, a tecnologia e inovação têm feito continuamente parte dessa festa. Confira alguns destaques de aplicação da tecnologia e inovação no carnaval de 2024:

Internet das coisas: no Rio e São Paulo, nas concentrações que reúnem cerca de 100 mil pessoas, drones e câmeras de segurança com reconhecimento facial conectava a imagem dos foliões com as imagens dos bancos de dados de segurança. Ainda, os sensores inteligentes apoiaram a eficiência dos recursos humanos de segurança, possibilitando a gestão passiva e uma análise preditiva para as situações de risco.

Aplicativos de geolocalização: conectados aos dados logísticos e de trânsito das cidades, os foliões e motoristas de aplicativos acompanharam a identificação, trânsito, rotas, além das faixas analógicas e informativas, sobre os bloqueios de acesso pelas cidades.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Arduino: o capacete da rainha de bateria Paola Oliveira se movimentava, cobrindo o rosto, revelando a cabeça de uma onça com olhos de led. O movimento, acionado por controle remoto, passou por protótipo até sua execução.

Impressora 3D: o Porto da Pedra usou a tecnologia para criar suas alegorias primeiramente em maquetes seguidas de aplicação em escala real nos carros alegóricos.

Chatbot: projeto “De Olho no Trio”, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Inovação e Tecnologia de Salvador, conectou Inteligência Artificial a um assistente virtual no WhatsApp para informações em tempo real sobre transporte, saúde, segurança, programação dos circuitos e até a localização exata dos trios elétricos com georreferenciamento.

Luzes e drones na avenida: a Portela aplicou iluminação própria nas roupas de mestre-sala e porta-bandeira; Vila Isabel também aplicou a tecnologia. Já a Mocidade e Grande Rio, um jogo de luzes sincronizados, conectando a experiência da avenida ao público da arquibancada. Drones também ocupavam o céu iluminando o sambódromo, além do apoio à gestão da evolução do desfile no controle do tempo das alas, por exemplo.

E em Minas temos vários exemplos de inovação não apenas tecnológica, mas em modelo de gestão e negócio que tem permitido uma melhoria contínua no carnaval de Belo Horizonte que é percebida, ano após ano, com replanejamento, escuta, análise de dados e a colaboração entre instituições. Neste ano a festa patrocinada pelo governo de Minas, por meio da Codemge, teve o apoio do Sistema Fecomércio-MG, sindicatos empresariais, colaboração CDL-BH e da rede de supermercados Mart Minas. Confira alguns destaques dos bastidores dessa folia:

Tô bloqueado: as redes sociais inundaram com dicas de segurança em especial para celulares orientando, em especial, o uso do celular com bloqueio e exclusão de aplicativos de banco. O aplicativo do governo Celular Seguro registrou picos no período da festividade. Ainda, a Polícia Militar de Minas Gerais além dos 36 mil profissionais, levou par rua tecnologias de imagem e inteligência, apresentando redução nos casos de roubo de celulares e assédio, quando comparados ao ano passado.

Abre a roda: o sistema de sonorização ao longo das avenidas foi a solução executada na região central, onde desfilam os blocos principais. Visando uma melhor distribuição da multidão, para além do entorno dos trios, possibilitando aos foliões curtirem a música dos trios, com qualidade, à distância.

Olha a água mineral: quase 20.900 ambulantes se cadastraram para trabalhar nos blocos, 29% a mais comparado ao ano passado. A Fecomércio, por meio do Senac, oportunizou capacitação gratuita para 3 mil ambulantes sobre vendas, técnicas deapresentação dos produtos, abordagem aos foliões, agilidade e fidelização.

Eu vou: neste ano, o Carnaval atraiu 536 blocos cadastrados, distribuídos em nove regiões da cidade. A diferenciação dos blocos transbordaram estilos musicais para todos os gostos. Desde o maracatu do Pata de Leão, no bairro Concórdia, ao samba e axé raiz do Bloco do Jiló, com brincadeiras para toda a família, no bairro Santa Inês.

O que começou como brincadeira de rua para os blocos, transforma-se em contrato para eventos particulares por Minas e outros estados.

Como resultado, Belo Horizonte recebeu mais de 557 mil visitantes de outros estados, com destaque para São Paulo, Distrito Federal e Bahia. O Carnaval da Liberdade, como foi chamado, entre comércio e turismo, gerou cerca de R$ 4,7 bilhões. A estimativa do governo de Minas é que foram aproximadamente 12 milhões de foliões em 400 cidades mineiras que realizaram o Carnaval e que, apesar do crescimento recorde de turistas de outros estados e países, a segurança foi destaque além da geração de quase 100 mil postos de trabalho temporário. Que venha 2025 com mais oportunidades de geração de negócios e qualidade de vida para a sociedade por meio de inovações como estas!

**Artigo elaborado em colaboração com Francis Aquino – @afrancisaquino é jornalista especializada em Marketing Estratégico, Administração e Gestão da Informação. Consultora de transformação cultural e inovação e tem passagem por grandes empresas

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas