Chamada de R$ 20 milhões para projetos de agentes de IA aplicados ao setor automotivo
A mobilidade e a indústria automotiva no Brasil passam por uma transformação profunda e a mais recente chamada pública lançada pela Fundep, no âmbito da Linha VI do programa Mover, mostra com clareza qual direção está sendo adotada. Com aporte de até R$ 20 milhões, a iniciativa convida consórcios formados por ICTs, montadoras ou sistemistas e empresas da cadeia automotiva a desenvolverem agentes de inteligência artificial (IA) aplicados ao setor.
Por que isso importa? Em primeiro lugar, porque deixa de lado a visão de IA como “tecnologia de laboratório” e a coloca como alavanca para a competitividade industrial nacional. Uma meta explícita do edital é “aumentar a competitividade da indústria nacional e estimular a adoção de tecnologias baseadas em IA, com foco em eficiência, segurança e sustentabilidade”. Ou seja: não se trata apenas de prover um software inteligente, mas de gerar impacto real na cadeia automotiva com efeitos em custo, produtividade, sustentabilidade.
A chamada delimita quatro áreas temáticas centrais: 1) conectividade, meio ambiente e descarbonização; 2) conectividade veículo-ambiente externo (V2X); 3) privacidade e segurança de dados; e 4) serviços, diagnóstico e manutenção preditiva.
Para empreendedores, empresas de tecnologia, ICTs e startups, essa chamada oferece uma “porta de entrada” para a grande indústria automotiva. Exige-se o arranjo mínimo: uma ICT + montadora ou sistemista + empresa automotiva. Esse tipo de ecossistema colaborativo, que envolve grandes, médias e pequenas empresas, além de instituições de pesquisa, tende a gerar inovação mais aplicada e escalável.
O cronograma prevê articulação até 19 de dezembro e submissões até 28 de janeiro de 2026. Esse prazo exige agilidade e maturidade dos proponentes, visto que trabalhar com IA e agentes inteligentes implica incorporar dados, segurança, interoperabilidade e integração.
Para o Brasil, o impacto pode ser duplo. Primeiro, potencialmente avanço em descarbonização, conectividade e manutenção inteligente. Segundo, fortalecimento da cadeia automotiva nacional, que historicamente precisa unir escala, tecnologia e eficiência para competir globalmente.
Para quem atua no ecossistema de inovação, a mensagem é clara: a hora de atuar é agora. Formar consórcios relevantes, buscar startups com soluções emergentes em IA e garantir que os desafios de dados e privacidade estejam endereçados. Esses são requisitos para entrar na chamada.
Em suma, a iniciativa traz mais do que financiamento: traz direcionamento, prioridade e urgência para que a IA deixe de ser promessa e passe a ser motor da transformação automotiva nacional. Para executivos, empreendedores e pesquisadores, vale assistir, articular e agir, porque quem entrar agora poderá estar à frente da nova onda de mobilidade inteligente e sustentável.
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