Inovação em Pauta

Como ciência, tecnologia e inovação podem ajudar a prevenir desastres como do Rio Grande do Sul

Chuvas intensas no Rio Grande do Sul já estão entre as dez maiores tragédias ambientais, em termos de fatalidades, registradas no País

As intensas chuvas que assolam o Rio Grande do Sul desde o final de abril, resultaram em um desastre que já figura entre as 10 maiores tragédias ambientais, em termos de fatalidades, registradas no País. Conforme relatório emitido pela Defesa Civil, divulgado ontem às 12 horas (P.M.), já foram confirmadas 149 mortes, além das perdas materiais e imateriais.

Ainda segundo o relatório, 449 municípios foram afetados (o estado soma 497 municípios); 76.580 pessoas estão em abrigos; 538.245 estão desalojados, 806 feridos e 108 desaparecidos. Ao todo, foram realizadas 76.588 ações de salvamento de pessoas.

Em todo o mundo, inúmeras localidades têm enfrentado desafios decorrentes de eventos naturais extremos, como inundações, tsunamis, tornados, furacões e terremotos. O emprego de avanços tecnológicos tem contribuído para atenuar esses impactos. Contudo, como podemos adotar medidas preventivas ou reduzir os efeitos de desastres ambientais semelhantes? Quais são as principais abordagens disponíveis?

Existem diversas soluções disponíveis, incluindo a concepção de cidades inteligentes, que já levam em consideração possíveis catástrofes durante o planejamento urbano. Entre essas soluções, destacam-se as chamadas “cidades-esponja”, que envolvem a implementação de parques propensos a alagamentos, telhados verdes, pavimentação permeável e áreas de lazer adaptáveis a eventos extremos. A adoção dessas medidas poderia potencialmente evitar tragédias como a mencionada? Além disso, poderia fornecer um tempo adicional para que as pessoas pudessem se salvar? Além disso, uma ampla gama de soluções de governança corporativa poderia promover a transparência e garantir que os recursos fossem alocados de maneira eficiente e eficaz, priorizando áreas de maior vulnerabilidade?

Pela ótica da ciência, tecnologia e inovação existem inúmeras possibilidades de contribuição na prevenção e mitigação de desastres ambientais como o ocorrido no Rio Grande do Sul. Aqui são destacados alguns exemplos pelos quais esses campos podem contribuir:

  • Monitoramento avançado: Desenvolvimento e implementação de sistemas avançados de monitoramento ambiental, incluindo sensores remotos, satélites e drones, para detectar mudanças ambientais precocemente, podendo incluir monitoramento de níveis de água, qualidade do ar e do solo, padrões climáticos e mudanças na vegetação.
  • Modelagem preditiva: Utilização de modelagem computacional e algoritmos de aprendizado de máquina para prever possíveis desastres ambientais com base em dados históricos e em tempo real. Permitindo assim, a tomada de medidas preventivas antes que os desastres ocorram.
  • Sistemas de alerta: Desenvolvimento de sistemas de alerta precoce e eficaz para notificar as comunidades sobre potenciais desastres ambientais, permitindo evacuações e preparação adequada.
  • Tecnologias de conservação: Investimento em tecnologias de conservação, como técnicas agrícolas sustentáveis, manejo florestal inteligente e práticas de construção ambientalmente conscientes, para reduzir o impacto humano no meio ambiente e prevenir desastres relacionados.
  • Engenharia de infraestrutura resiliente: Desenvolvimento de infraestrutura resistente e adaptável que possa suportar eventos climáticos extremos, como sistemas de drenagem eficazes para evitar inundações e estruturas de construção projetadas para resistir a terremotos e tempestades, por exemplo.
  • Inovação em energias renováveis: Investimento em tecnologias de energia limpa e renovável para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e mitigar as mudanças climáticas, que estão diretamente ligadas a desastres ambientais mais frequentes e intensos.
  • Educação e conscientização: Utilização de avanços em tecnologia da informação e comunicação para educar e conscientizar as comunidades sobre práticas ambientalmente sustentáveis e preparação para desastres.

Enfim, essas são apenas algumas maneiras pelas quais a ciência, tecnologia e inovação podem desempenhar um papel crucial na prevenção de desastres ambientais e na proteção das comunidades contra seus impactos devastadores. É importante que governo, iniciativa privada, academia e sociedade entendam que todos fazem parte desta solução e que juntos podem contribuir para a construção de um futuro mais sustentável.

À medida que as tecnologias avançam, precisamos nos tornar cada vez mais humanos, buscando formas de proteger as vidas, que são os bens mais preciosos, sem deixar ninguém para trás. E você, que nos lê, já pensou como pode contribuir neste processo? Pequenas ações podem fazer toda diferença…

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas