Inovação em Pauta

Editais de fomento: o combustível invisível da inovação mineira

Ao todo, 701 propostas foram submetidas por empresas, institutos de ciência e tecnologia e organizações do ecossistema mineiro

Os editais públicos de apoio à pesquisa são, muitas vezes, o motor silencioso por trás das inovações que transformam empresas, universidades e o próprio desenvolvimento econômico do Estado. Nesta semana, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) anunciou o resultado do Edital 08/2025 – Compete Minas, reafirmando o papel estratégico do fomento à pesquisa, desenvolvimento e à inovação em Minas Gerais.

Foram 701 propostas submetidas por empresas, institutos de ciência e tecnologia e organizações do ecossistema mineiro. Destas, cerca de 90 foram aprovadas, totalizando quase R$ 50 milhões em investimentos destinados ao desenvolvimento de soluções tecnológicas, novos produtos e processos inovadores. Os números expressam mais do que uma estatística: revelam um movimento consistente de amadurecimento da inovação no Estado e a consolidação de uma política pública que conecta o conhecimento científico ao mercado.

Criado para impulsionar a competitividade das empresas mineiras, o Compete Minas é hoje uma das principais portas de entrada para projetos que buscam transformar ideias em resultados concretos. Por meio dele, a Fapemig amplia o alcance dos recursos públicos, estimula parcerias entre empresas e instituições de pesquisa e fortalece cadeias produtivas estratégicas, como mobilidade, saúde, energia, agronegócio e tecnologia da informação.

O impacto desses programas vai além do aporte financeiro. Cada edital representa a oportunidade de fortalecer a cultura de inovação dentro das empresas, compartilhando risco tecnológico e aproximando o setor produtivo da pesquisa aplicada. Esse é um passo essencial para que Minas Gerais avance rumo a uma economia baseada no conhecimento, capaz de gerar empregos qualificados, diversificar a base industrial e posicionar o Estado como referência nacional em tecnologia.

Ainda que a taxa de aprovação, cerca de 13%, mostre o alto nível de competitividade e o rigor técnico das análises, ela também sinaliza um ponto de atenção: há mais boas ideias do que recursos disponíveis. Ampliar o volume de investimento em pesquisa e inovação deve ser entendido como uma prioridade estratégica, especialmente em um cenário global marcado pela corrida tecnológica e pela transição verde e digital.

Iniciativas como o Compete Minas demonstram que investir em ciência não é gasto, mas sim investimento de futuro. Cada real aplicado em inovação retorna em forma de produtividade, sustentabilidade e desenvolvimento. Que esse resultado inspire governos, empresas e instituições a fortalecerem, juntos, o ecossistema mineiro e a fazer da inovação uma política de Estado, e não apenas uma iniciativa pontual.

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