Minas Gerais no mapa global da inovação em fármacos e biofármacos
Minas Gerais sempre foi reconhecido por sua tradição em ciência e pela força de suas universidades. Agora, o Estado dá um passo decisivo para transformar esse conhecimento em negócios de impacto global. A Unidade Embrapii FarmaVax, da UFMG, credenciada pela Embrapii, surge como um polo estratégico para o desenvolvimento de fármacos, biofármacos, vacinas e diagnósticos, colocando Minas na vanguarda da biotecnologia, que tem a missão de converter ciência em negócios para aumentar a competitividade da indústria nacional.
A proposta do FarmaVax nasce da necessidade de ampliar a autonomia nacional na produção de imunizantes e terapias inovadoras, reduzindo a dependência do País em relação às importações. Mas seu papel vai além: trata-se de um hub de inovação aberta, que conecta universidades, centros de pesquisa, startups e empresas de diferentes portes para gerar soluções de alto valor agregado.
Os números revelam sua relevância. O núcleo reúne mais de 70 pesquisadores de ponta, responsáveis por 1.200 artigos científicos e 370 patentes. Já realizou oito transferências de tecnologia para empresas, criou seis spin-offs de base tecnológica e captou R$ 65 milhões em 38 projetos desde 2017. Somente em sua fase atual, já contratou cerca de R$ 15 milhões em projetos, com destaque para terapias contra doenças respiratórias, novos materiais antimicrobianos e um anestésico inovador de ação prolongada.
Segundo o professor coordenador da FarmaVax, Ruben Sinisterra, “a FarmaVax não é só um instrumento para transformar ciência em negócios, mas também um instrumento para fazer parcerias público-privadas, sem burocracia, com agilidade, propósito e foco no co-desenvolvimento de tecnologias desde TRL 3 até 9, gerando novos processos e produtos e ajudando a diminuir a dependência brasileira na área de fármacos e biofármacos”.
A governança é outro diferencial. A FarmaVax possui comitês temáticos que abrangem desde vacinas, terapias inovadoras e medicina molecular até inteligência artificial aplicada à saúde e nanobiomateriais. Co-desenvolve projetos com empresas, com aportes dos Ministérios da Saúde, MCTI, MEC e MDIC, via Embrapii, BNDES e Sebrae, sem a necessidade de editais ou burocracias, iniciando a execução do projeto em até 40 dias, uma velocidade rara em iniciativas de P&D no Brasil.
Além da competência científica, o modelo financeiro é atrativo. Por meio dos mecanismos da Embrapii, empresas podem acessar recursos não reembolsáveis que chegam a até 75% do valor do projeto, dependendo do porte e da modalidade.
Essa combinação de ciência de excelência, financiamento inteligente e conexão com a indústria posiciona o FarmaVax como um vetor de desenvolvimento econômico para Minas Gerais.
Em um mundo em que inovação em saúde é questão de soberania, a FarmaVax mostra que Minas tem não apenas tradição acadêmica, mas também estratégia e governança para transformar ciência em impacto real.
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