O que esperar de 2026: inovação, NIB e ENCTI no centro da estratégia brasileira
À medida que 2025 se encaminha para o fim, 2026 desponta como um ano decisivo para a política de inovação no Brasil, moldado por dois instrumentos estratégicos: a Nova Indústria Brasil (NIB) e a Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI). Juntos, eles prometem orientar investimentos públicos e privados, fortalecer capacidades de pesquisa e consolidar uma agenda de desenvolvimento tecnológico e industrial.
A NIB, lançada como política industrial de longo prazo, tem como missão revitalizar a indústria brasileira por meio de inovação, sustentabilidade e modernização tecnológica. Estruturada em seis missões com metas até 2033, a política mobilizou cerca de R$ 300 bilhões em financiamentos até 2026, com foco em setores estratégicos como agricultura industrial, saúde, mobilidade e defesa, incluindo grandes investimentos em satélites e tecnologia de radar.
Em 2026, espera-se que a NIB se aproxime do seu ponto de inflexão, com a implementação mais ampla de ações e resultados mensuráveis em produtividade e competitividade internacional. Programas como o Mais Inovação e Digitalização devem ampliar a digitalização de processos industriais e a adoção de soluções emergentes, de inteligência artificial à manufatura avançada, em empresas que antes lutavam para acessar crédito e recursos técnicos, reduzindo assim as defasagens tecnológicas.
Paralelamente, a ENCTI 2024–2034 vem sendo formulada como um quadro orientador de longo prazo para ciência, tecnologia e inovação, resultado de um amplo processo participativo com mais de 100 mil contribuições. Com metas que extrapolam os ciclos tradicionais de financiamento, a estratégia aponta para uma integração mais estreita entre pesquisa acadêmica, desenvolvimento tecnológico e necessidades produtivas do País, fortalecendo a soberania científica e alinhando prioridades setoriais, da transição energética à saúde pública e digitalização.
O papel da ENCTI em 2026 será fundamental para articular diferentes programas e fontes de financiamento dentro de uma visão sistêmica, promovendo a cooperação entre universidades, centros tecnológicos, empresas e governo. A expectativa é que isso contribua para superar antigos gargalos do sistema nacional de inovação.
Para o ambiente empresarial, 2026 deverá representar um momento de ampliação de oportunidades de investimento em inovação, com maior previsibilidade e incentivos alinhados às políticas nacionais. Ao mesmo tempo, a interface entre NIB e ENCTI deve impulsionar a capacitação de talentos, a integração de startups deep techs no tecido produtivo e a atuação em cadeias globais de valor.
Em síntese, 2026 promete ser o ano em que as políticas brasileiras de inovação deixam de ser planos e começam a refletir impacto real na economia, nas empresas e nas capacidades tecnológicas nacionais, sinalizando um novo ciclo de desenvolvimento com mais competitividade e autonomia estratégica.
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