Somos todos líderes

Na coluna de encerramento desse ciclo de conversas sobre liderança, iniciada há seis meses no Diário do Comércio às sextas-feiras, gostaria de lembrar que todos somos líderes.

Um líder é um tomador de decisões, além de gestor de pessoas e recursos. Ele direciona, acompanha, corrige, reconhece e impõe consequências à medida em que as iniciativas pelas quais é responsável se desenrolam.

Se não somos líderes em empresas, movimentos sociais, órgãos governamentais, coletivos ou qualquer outra forma de organização social (como uma família, por exemplo), não escapamos de ser líderes – pelo menos – de nós mesmos.

Tomamos decisões quando fazemos nossas escolhas pessoais. Essa escolha pode ser de maior ou menor inovação (tema da coluna no dia 11 de julho). Pode ser uma escolha melhor ou pior informada a depender da qualidade da nossa escuta (temas dos dias 21 e 28 de março, 11 de abril e também, de alguma forma, do dia 8 de agosto). E pode ser mais ou menos apoiada por pessoas potentes (temas dos dias 4, 18 e 25 de abril, 6 e 13 de junho).

Passamos por desafios, como o de não perder de vista o foco no direcionamento de recursos (temas dos dias 9, 16 e 23 de maio), de promover envolvimento alinhado e aliado aos objetivos e valores estabelecidos (temas dos dias 30 de maio e 5 de setembro) e de observar aspectos do contexto maior que muitas vezes podemos apenas influenciar (temas dos dias 4 de julho, 15, 22 e 29 de agosto), mas que devemos sempre considerar para uma atuação mais consciente!

Nossas dificuldades relacionais (18 de julho e 1º de agosto), assim como os danos que muitas vezes causamos (5 de setembro e 19 de setembro) e a necessidade de lidar com rompimentos (27 de julho) também estão presentes em nossa vida pessoal. Como nossa liderança de nós mesmos está preparada para lidar com essas questões?

Passamos por todos os textos dessa coluna, exceto dois, aqueles importantíssimos, que esclarecem que somos – mesmo com todas as limitações – os principais responsáveis pela nossa jornada (tema dos dias 16 de maio e 12 de setembro).

Escrever sobre liderança – especialmente sobre uma liderança consciente e cuidadosa – é escrever sobre ser gente que toma as rédeas de algum destino que vale a pena nas mãos.

Toda pessoa é líder, também, porque todo consumidor é um líder. Que pode influenciar as práticas das empresas, por meio das escolhas e do direcionamento de recursos que faz.

Quando cursei publicidade há muitos anos atrás, estudei sobre movimentos consumeristas. Consumidores fizeram revoluções silenciosas ao longo das décadas. Se você quer ser líder de um mundo melhor, pode começar se perguntando que direcionamento está dando para seu consumo, que rastros de destruição está deixando ao consumir (ainda que o ato de consumir em si possa estar embebido em beleza, bom gosto e glamour).

Esse texto de despedida segue na mesma toada dos anteriores: alertar e empoderar. Incentivar o autodesenvolvimento e mostrar que ele pode construir movimentos efetivamente maravilhosos (para o líder e para todo seu entorno!)

Nos vemos por aí! (e nos reconheceremos sempre que percebermos o mundo ficando um pouco melhor)