Pensando o Futuro

Data centers: corrida e inovação

Demanda tem criado uma grande onda de investimentos neste tipo de estrutura pelo mundo

A demanda futura de data centers tem criado uma grande onda de investimentos neste tipo de estrutura, e uma busca forte por inovação devido à demanda energética e de resfriamento.

No começo de novembro, foi lançado o Starcloud-1, um satélite que contém uma GPU Nvidia H100. Este é um satélite inicial de um desenvolvimento que pode levar a criar data centers no espaço.

A Starcloud e a NVidia pretendem eventualmente chegar a montar um Datacenter de 5 GW com uma área de placas solares quadrada de 4 km de lado. Para comparação, cada turbina de Itaipu gera 700 MW.
Em princípio, não existe um limitador de espaço para a construção de tais estruturas, sejam inicialmente nas órbitas baixas (LEO) e geoestacionárias (GEO), e num futuro em outras órbitas mais distantes. A quantidade de energia potencialmente gerada pode ser mais facilmente escalada.

Uma vantagem adicional é que a refrigeração se dá por irradiação no espaço, o que não aquece nem a atmosfera e nem os oceanos da Terra, eliminando o problema de aquecimento global.
As dificuldades estão nas taxas de transmissão e manutenção em caso de danos, o que poderá ser resolvido no futuro com robôs.

Um segundo desenvolvimento interessante vem dos países nórdicos. A Microsoft está construindo um data center em Espoo, perto de Helsinki, com uma capacidade estimada de 200 MW. A baixa temperatura da região indica que o calor gerado é bem-vindo para aquecer a região. Estima-se que 40% da necessidade de calor do Espoo será gerada por esse data center.

Este tipo de uso da tecnologia pode levar a serem pensados novos data centers em regiões cada vez mais ao norte, e eventualmente também na Antártica.

A National Science Foundation (NSF) está montando um data center relativamente pequeno (1 MW) na base militar americana de McMurdo, na Antártica. Este data center irá usar o calor excessivo para aquecer a base.

A empresa de telecomunicações Tuss, da Dinamarca, está construindo um data center na cidade de Nuuk, na Groenlândia, com uma capacidade não revelada, mas estimada entre 1 e 3 MW. O projeto não prevê usar o calor excessivo para aquecer a cidade de Nuuk, mas a natureza gelada da Groenlândia facilita o processo de resfriamento.

Podemos ver que a demanda de data centers está gerando inovação tanto no espaço quanto nas regiões mais frias do planeta. Se combinarmos isso com o fato de que a demanda por data centers deve crescer muito nas próximas décadas, podemos concluir que estas inovações irão expandir ainda mais o desenvolvimento econômico não só na Terra, mas também no Espaço.

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