Drones: surgimento, evolução e tendências
Quase todo dia vemos notícias de drones em combate na Ucrânia ou em fazendas pelo Brasil. Os drones são um campo tecnológico que já está mudando diversos setores da economia e promete alterar ainda mais no futuro. Os primeiros drones surgiram na 2ª Guerra Mundial, com os alemães e aliados tentando criar armas guiadas por operadores remotos e se confundiam com os primeiros mísseis guiados. Durante a Guerra Fria, foram desenvolvidos como reconhecimento e aviões alvo para testes de mísseis antiaéreos.
Mas o grande impulso no seu desenvolvimento veio com a melhoria dos circuitos eletrônicos e dos sensores na década de 1990. Naquele período, os EUA começaram a sofrer novamente de um problema que havia acabado com a guerra do Vietnã, a dos pilotos capturados pelos inimigos e usados como mecanismo de chantagem. Isso levou o Departamento de Defesa (DoD) começar a investir mais fortemente em aviões controlados remotamente. Assim, surgiu a primeira geração de veículo de ataque e reconhecimento.
Os Drones MQ-1 Predator foram introduzidos em operação em 1995. A primeira morte confirmada por um drone foi em 2002. O Global Hawk pode ficar 34 horas em voo, algo que nenhuma tripulação humana conseguiria. Esta aeronave opera desde 2001 e tem quase 40m de envergadura nas asas. Da década de 2000, eles foram se diversificando e saindo da área puramente militar para diversos outros tipos de setores, como agricultura, construção civil, energia, logística, saúde, saneamentoe turismo. Suas funções variam bastante: inspeção visual, espargimento de defensivos agrícolas, combate a incêndios, esportes, coleta de frutos e transporte.
Agora começam a surgir drones de maior porte. O transporte de humanos, embora já seja experimental, ainda não virou uma realidade de mercado, como era esperado desde a década passada. Drones com carga também tiveram dificuldade de navegar em ambientes urbanos e têm sido experimentados em movimentação da carga entre os portos e navios atracados próximos.
Drones completamente robotizados, ou pelo menos controlados a distância, têm sido desenvolvidos por diversas empresas, tanto em modelos de aviões da asa fixa, quanto com asa rotativa. Este ecossistema está se desenvolvendo rapidamente. Nesta direção, estão para surgir híbridos de “carros e drones”, alguns deles elétricos. A dificuldade clássica de combinar os objetivos aerodinâmicos de um carro (ficar com as rodas no solo) com os de um avião (se manter no ar) podem ser resolvidos com este tipo de tecnologia, que na prática cria veículos que levantam verticalmente (VTOL e e-VTOL). Os drones são um bom exemplo de como o investimento em defesa acaba gerando um rápido desenvolvimento em diversos setores, com alguns anos de retardo.
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