Estamos sozinhos na galáxia?

Este ano foi detectado um cometa interestelar chamado 3I/ATLAS. Este é o terceiro objeto interestelar detectado em toda a história, os outros dois foram Oumuamua (2017) e o 2I/Borisov (2019). Todos relativamente recentes devido à melhoria nos sistemas de detecção.

Alguns cientistas tais como Avi Loeb, de Harvard, chegaram a cogitar que o Oumuamua poderia ser uma sonda de outra civilização visitando o sistema solar. A mesma hipótese tem sido levantada acerca do 3I/ATLAS.

A situação é ainda mais curiosa pela semelhança com o livro de ficção ‘Encontro com Rama’, de Arthur C Clarke, no qual uma sonda alienígena em forma de cilindro se aproxima da Terra. Para aumentar as semelhanças, no livro os Ramas sempre fazem as coisas em trios.

A maior probabilidade é que todos os três objetos citados sejam apenas fenômenos naturais, e que objetos interestelares sejam comuns, mas apenas recentemente fomos capazes de identificar alguns deles.

Porém, isso levanta novamente a questão do título desse artigo. O próprio Arthur C Clarke foi autor de uma das frases mais curiosas sobre o tema: “Ou estamos sozinhos no universo, ou não estamos, ambas as possibilidades são igualmente aterradoras”.

Entra em cena o Paradoxo de Fermi. Em 1950, numa conversa casual entre colegas, Enrico Fermi fez um cálculo simples de estimativa de quantas civilizações extraterrestres deveriam existir na galáxia e chegou à conclusão que deveriam ser centenas. Mas o fato é que até hoje não existe uma evidência conclusiva de qualquer civilização extraterrestre.

Fermi então verbalizou sua famosa frase “Cadê todo mundo?”

Esta contradição entre uma estimativa grande, e uma evidência nula, constitui um paradoxo sem explicação definitiva até hoje.

Entra em cena a Teoria do Grande Filtro (às vezes chamada de hipótese ou conjectura). Uma solução possível é a de que todas as civilizações são eventualmente extintas por algum motivo. Dessa forma, podem existir civilizações em estágios variados na galáxia, mas eventualmente elas são destruídas e extintas, por algum motivo – ou motivos.

Não sabemos qual seria esse filtro, e pode haver mais de um motivo pelo qual civilizações acabam extintas. Por não ser testável (ainda) o Grande Filtro está mais para uma conjectura do que uma Teoria, na minha percepção.

No final das contas, ainda não temos todas as respostas. A tecnologia continua avançando e estamos cada vez mais certos de que existem outros planetas habitáveis para os humanos na galáxia, e até relativamente perto do sistema solar. Se eles contêm uma biosfera própria, ou até civilizações próprias, ainda não sabemos, talvez em mais 20 a 30 anos tenhamos a resposta.