Guerra no Oriente Médio e transição energética: a busca por novas alternativas de fontes de energia
Desde o ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023 a situação no Oriente Médio se alterou significativamente. Em particular a queda do governo de Bashar al-Assad da Síria no final de 2024 mudou a configuração, deixando o Hezbollah sem as rotas de fornecimento de armas vindos da Irã.
Para completar a eleição de Trump, também no final de 2024, sinaliza uma alteração provável na redução das limitações de Israel em termos ofensivos. Tudo isto indica a possibilidade de que Israel venha atacar o Irã antes que este desenvolva armas nucleares, o que deve estar muito próximo de acontecer, ou já aconteceu.
Não é possível determinar exatamente como um cenário militar destes se desenrolaria, mas um ataque de Israel contra as instalações militares do Irã, e até mesmo contra a infraestrutura de refino e exportação de petróleo seria bem provável. O Irã por sua vez retaliaria com uma barragem de mísseis e drones, o que poderia envolver (ou não) armas de destruição em massa, gerando um escalada.
Tal cenário poderia levar o barril do petróleo a novos recordes históricos, isto é, acima de US$ 140 por barril. E com isso a economia global iria entrar em choque.
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A possibilidade de tal cenário indica a busca frenética de novas alternativas de fontes energéticas tanto convencionais, isto é, petróleo, gás e nuclear, quanto alternativas, tais como solar, eólica, hidrogênio e geotérmica.
Nesse contexto as recentes descobertas de petróleo no Brasil na região Norte, na chamada Margem Equatorial, e de novas reservas no sul na bacia de Pelotas, são importantes como um “seguro contra crise” para o Brasil e o Ocidente.
O Brasil tem ainda potencial de energia solar forte, embora não o melhor do mundo como alguns acreditam. Isto nos permite trabalhar não só com etanol, mas também com hidrogênio verde (obtido por eletrólise da água).
No mundo como um todo, existe uma pressa para se livrar da dependência do petróleo vindo do Oriente Médio, e na Europa existe o agravante de que o gás vindo da Rússia deixou de ser uma fonte barata de energia.
A energia nuclear voltou a ser considerada por conta de sua resiliência a ataques e colapso de uma rede global de trocas. Várias empresas de tecnologia estão desenvolvendo reatores nucleares para suprir suas necessidades, não só por conta da demanda vinda de inteligência artificial, mas também para garantir a não interrupção em caso de crise geral.
A tendência de buscar apenas energias alternativas e limpas será substituída por uma agenda mista, combustível fóssil e energia “limpa”. A questão ambiental continua relevante no longo prazo, mas a questão econômica de manter os preços da energia relativamente baixos agora se tornou crítica no curto prazo.
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