Pensando o Futuro

Novas demandas podem definir o futuro da mineração

É no espaço sideral que temos o maior potencial de longo prazo

Na medida em que a demanda de metais cresce e também surgem novas demandas como cobalto, lítio e terras-raras, as reservas existentes têm de ser estendidas para novas fontes destes recursos. O aquecimento global, embora tenha muitos efeitos negativos, abre espaço para a mineração em regiões antes inacessíveis ou de custo operacional muito alto nas regiões polares da terra.

Já analisei o Ártico como uma dessas fronteiras sob um ponto de vista militar, mas existe também uma grande quantidade de fontes minerais tanto no Canadá quanto na Groenlândia, Sibéria e Alaska. Apenas uma pequena quantidade da área dessas regiões foi prospectada.

As possibilidades na Antártica são ainda maiores, uma vez que se trata de um continente inteiro – apenas a costa foi mapeada razoavelmente. De particular interesse é a península Antártica, que fica ao sul da América do Sul. Ali temos uma formação geológica que é quase a continuação dos Andes e que se estende por toda a Antártica na forma das Montanhas Transantárticas. Esta cordilheira vai até Pacífico Sul passando ao lado do mar de Ross. Já temos mapeadas fontes de diversos recursos relevantes como Ferro, Níquel, Urânio, Cobre, Chumbo, Molibdênio, Prata e Ouro.

O fundo dos oceanos é outra fonte potencial de recurso, mas sua exploração é mais complicada devido à pressão da água. Alguns locais do oceano têm nódulos de manganês ricos em cobalto, com potencial interessante para a exploração. A costa de Portugal e da Espanha, bem como nos EUA próximo às Carolinas, apresentam uma proximidade da costa que permite uma viabilidade maior.

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Porém, é no espaço que temos o maior potencial de longo prazo. Ali, o ambiente de vácuo, radiação e oscilação de temperaturas apresenta desafios que requerem novas tecnologias, preferencialmente robotizadas ou controladas a distância por rádio, IA ou comunicação quântica.

O primeiro alvo óbvio da mineração espacial é a Lua, em particular seu Polo Sul. Ali temos a combinação de uma reserva de água no fundo da cratera de Shackleton e a bacia do Polo Sul-Aitken. Missões de reconhecimento já revelaram que ela é rica em óxido de ferro e dióxido de titânio.

Para além da Lua, existe um prêmio ainda maior do cinturão principal de asteroides, e de outras famílias, como os Amor, Apollo, Hilda, Gregos e Troianos.

O 16 Psyche tem estimados 22 trilhões de toneladas de ferro, níquel e ouro. O 33 Polyhymnia tem uma densidade que sugere ter elementos que não estão na tabela periódica de tão densos. O 2011 UW 158 provavelmente é feito de platina e poderia valer trilhões de dólares.

A massa desses recursos é tão grande que não pode ser trazida completamente para a Terra e teria de ser usada para manufatura e construção de estruturas no espaço, que poderão servir de habitat para futuras gerações humanas.

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