Robôs antropomórficos são a nova fronteira da automação
Nos últimos dez anos, os robôs antropomórficos avançaram de máquinas desengonçadas que andavam lentamente e sem equilíbrio para máquinas capazes de fazer trajetos de parkour e andar em terrenos com brita e lama.
Novos modelos estão surgindo a cada ano para tarefas relativamente simples dentro de estabelecimentos fabris, comerciais e domésticos. É bastante provável que até o final da década eles se tornem comuns na economia e na vida pessoal.
A maior evolução possivelmente tenha iniciado com o Atlas da Boston Dynamics, que já foi substituído pelo Electric Atlas em 2024. Houve uma redução de peso de cerca de 150 kg para 89 kg. Nenhum dos dois modelos foi colocado à venda comercial.
Entretanto, a Boston Dynamics comercializa o Spot que é um quadrúpede de 25 kg que custa cerca de US$ 74.500. Ele pode ter um braço instalado com um peso extra de 5kg. O Spot já vem sendo usado para vigilância patrimonial e de bases militares na Força Espacial dos EUA. Na prática, ele demonstra que, embora formas antropomórficas sejam muito mais simpáticas aos seres humanos, não necessariamente são a melhor forma corpórea.
Outro modelo que vem surgindo no mercado é o Digit da Agility Robotics, com um custo de US$ 250 mil por unidade e peso a partir de 45 kg (depende de opcionais). Ele vem sendo testado pela Amazon e pela GXO Logistics e foi projetado para ajudar em tarefas de operação de armazém, estocagem e transporte.
Temos ainda o Phoenix da Sanctuary AI, uma empresa canadense que custa cerca de US$ 40 mil e pesa cerca de 70 kg. Ele foi projetado para fazer diversas tarefas e ser adaptável a muitas indústrias. Ele entende a linguagem humana falada para facilitar a operação.
A Unitree é uma empresa chinesa que vem tentando desenvolver diversos modelos tanto humanoides (G1 e H1) quanto quadrúpedes (Go2, B1 e B2). O G1 tem um custo anunciado a partir de US$ 16 mil, o que faz dele bastante competitivo em preço. Ele pesa 35 kg.
Finalmente, temos o Optimus Gen 2, da Tesla, que deve ter um preço de mercado entre US$ 20 mil e 30 mil. Seu lançamento é esperado para 2025. Seu peso deve ser a partir de 47 kg com uma capacidade de carga de cerca de 20 kg.
Tais robôs podem operar em diversas tarefas onde um ser humano não quer, ou não pode, ou ficam caros de operar. Algumas dessas tarefas podem incluir hospitais em ambientes contaminados, agricultura, segurança patrimonial, resgate e vigilância.
Parte do desenvolvimento destas máquinas virá para suprir a falta de mão de obra que será decorrente da redução populacional do futuro, da qual já falamos nessa coluna. Em particular, países como China e Japão precisarão bastante deste tipo de auxílio tanto para uso doméstico quanto industrial.
Tudo isto indica que, nos próximos cinco a dez anos, devemos ter um forte aumento destas máquinas no mercado e não somente modelos antropomórficos, mas de outros formatos também.
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