Letramento de gênero é essencial para a evolução da sociedade
É preciso ter muita Inteligência Emocional (IE) para ver que a cultura machista ainda prejudica as mulheres, mesmo com tanto desenvolvimento na sociedade, impulsionado pela Inteligência Artificial (IA).
Somos capazes de desenvolver softwares inteligentes o suficiente para “aprender” como máquinas. Mas, paradoxalmente, nós humanos ainda lutamos para aceitar plenamente a competência feminina e sua presença profissional em diferentes posições na sociedade.
Casos de assédio moral e sexual contra mulheres que estão em cargos de poder, ou não, mostram que a falta de respeito à igualdade de gênero ainda se apresenta em todas as classes sociais. Devemos permanecer otimistas quanto às mudanças de nossa sociedade em direções desejáveis para o bem de todos. Contudo, devemos refletir para avançar com ações concretas.
O respeito deve ser o alicerce das relações humanas. E se ainda precisamos debater equidade de gênero, direitos humanos, direitos de mulheres para reivindicar a integridade moral, física, além da justiça social feminina, é porque estamos longe de consolidar um mundo seguro e digno para todas.
Durante conflitos entre países ou dentro de uma nação, o estupro de mulheres costuma ser uma das primeiras “armas” usadas para demonstrar o domínio dos agressores. Tamanha violação, ou mesmo um comportamento sexista fora desses contextos, demonstra as mesmas origens: a necessidade de alguns homens de subjugar as mulheres, tratando-as como objetos sexuais. Em casos mais graves, como o feminicídio, nota-se ainda o desejo de dominação sobre o direito de viver.
Como educadora, percebo o condicionamento educacional como um elemento relevante. Naturalizar o lugar social de menos valia da mulher faz com que muitas delas não assumam o protagonismo e a responsabilidade por suas próprias vidas. Por isso, as instituições de ensino devem estar atentas a esta pauta desde a Educação Básica. Escolas de negócios, como a SKEMA, devem seguir fomentando a formação de jovens e a de lideranças femininas.
As histórias de princesas resgatadas por príncipes impactaram gerações de meninas, pois esse era o modelo de outros tempos. Hoje, precisamos mobilizar educadores, famílias e para um letramento de gênero. Só assim nossa sociedade evoluirá de verdade, permitindo às mulheres a conquista de lugares diversos.
Defendo que, para vencer as tentativas de domínio, uma educação de qualidade colabora ao entendimento e ao posicionamento na sociedade de que não somos objetos. Somos pessoas – educadoras, economistas, donas de casa ou que pudermos ser – e merecemos o mesmo respeito moral e físico que os homens, independentemente da cor, idade, classe social ou orientação sexual.
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