Sustentabilidade Financeira

Pesquisa comprova impactos do estresse financeiro na saúde física e mental

Estresse financeiro não é apenas uma questão econômica, mas também um problema de saúde pública

Um estudo recente feito por pesquisadores da University College London (UCL) e publicado na revista “Brain, Behavior, and Immunity” revelou resultados preocupantes sobre o impacto do estresse financeiro na saúde das pessoas.

Esse levantamento destacou a conexão entre dificuldades financeiras crônicas e uma série de problemas na saúde física e mental, oferecendo uma visão detalhada sobre como o estresse financeiro pode afetar negativamente a interação entre os sistemas imunológico, nervoso e endócrino.

Principais descobertas

Os pesquisadores analisaram os biomarcadores de mais de 4.900 participantes com 50 anos ou mais em um estudo sobre envelhecimento. Os biomarcadores incluíram proteínas relacionadas à resposta imunológica inflamatória (proteína C-reativa e fibrinogênio) e hormônios relacionados à resposta ao estresse (cortisol e IGF-1).

Os resultados mostraram que pessoas com estresse financeiro crônico tinham uma probabilidade muito maior de estar no grupo de alto risco para a saúde.

Quais são os altos riscos?

O estudo destacou os altos riscos associados ao estresse financeiro crônico, incluindo:

  • Doenças cardiovasculares: o estresse crônico pode aumentar a inflamação e a pressão arterial, levando a problemas cardíacos;
  • Depressão e ansiedade: a constante preocupação financeira pode desencadear ou piorar problemas de saúde mental;
  • Envelhecimento acelerado: o estresse pode acelerar o processo de envelhecimento ao afetar negativamente os sistemas biológicos;
  • Problemas imunológicos: a função imunológica pode ser comprometida, tornando o corpo mais suscetível a infecções e doenças.

O estresse financeiro é mais prejudicial que luto e doenças crônicas

A pesquisa revelou que, entre vários fatores, o estresse financeiro foi o mais prejudicial para a saúde. Os participantes que relataram dificuldades financeiras tinham 59% mais probabilidade de pertencer ao grupo de alto risco quatro anos depois. Essa consequência foi mais forte do que o de outras formas de estresse, como luto ou doenças crônicas, sugerindo que as preocupações financeiras podem invadir muitos aspectos da vida, levando a conflitos familiares, exclusão social, fome ou falta de moradia.

Os resultados desse estudo mostram a importância de abordar o estresse financeiro não apenas como uma questão econômica, mas também como um problema de saúde pública. As empresas, os planejadores de políticas públicas e os profissionais de saúde devem considerar intervenções que ajudem as pessoas a gerenciarem melhor suas finanças para garantir a saúde geral e bem-estar.

O levantamento ressalta a necessidade urgente de uma abordagem holística para gerenciar o estresse financeiro, reconhecendo seu impacto abrangente na qualidade de vida das pessoas.

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