Fundos imobiliários: sinais de recuperação em meio a um mercado desafiador
Após enfrentarem um ciclo difícil nos últimos anos, os fundos de investimento imobiliário (FIIs) começam a dar sinais de recuperação em 2025. O Ifix – índice que reúne os principais fundos listados na B3 – acumula valorização recente, impulsionado por uma nova percepção dos investidores sobre o setor. Ainda que o ambiente macroeconômico siga desafiador, com juros altos e riscos fiscais no radar, o mercado parece reencontrar o caminho da confiança.
Desde a elevação da Selic, os FIIs perderam atratividade em comparação à renda fixa, que passou a oferecer retornos elevados com risco menor e maior previsibilidade. Muitos investidores migraram para CDBs, LCIs e fundos referenciados ao CDI. Além disso, a discussão sobre a possível tributação de dividendos dos FIIs adicionou incertezas ao setor. Esse movimento pressionou os preços dos fundos, especialmente aqueles com foco em renda e criou uma percepção generalizada de que os FIIs haviam perdido o brilho.
No entanto, o que se observa agora é um reposicionamento gradual. Com os preços depreciados e a manutenção de distribuições consistentes em diversos fundos, muitos investidores voltaram a enxergar valor em ativos que passaram um bom tempo sendo ignorados. Alguns fundos, que investem em imóveis bem localizados, com contratos de longo prazo e uma gestão profissional eficiente, têm mostrado maior estabilidade mesmo em períodos de incerteza. Eles conseguem manter uma boa distribuição de rendimentos e preservar o valor das cotas, o que transmite mais segurança ao investidor.
Setores como o de galpões logísticos e shoppings têm demonstrado destaque. Os galpões seguem impulsionados pelo e-commerce, com alta demanda por centros de distribuição, enquanto os shoppings vêm recuperando espaço com o avanço do consumo presencial e a integração com o digital. Já os fundos de papel – que investem em recebíveis imobiliários como CRIs – continuam distribuindo dividendos generosos, embora com maior volatilidade devido à sensibilidade às taxas de juros.
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Em resumo, o mercado de fundos imobiliários não voltou à euforia de outros tempos, mas está longe de ser descartado. Para quem estuda bem os ativos e mantém uma estratégia sólida, pode ser um ótimo momento para entrar – ou reforçar posição – nesse setor que une renda recorrente e valorização patrimonial.
O atual cenário exige mais critério na escolha dos fundos, mas também oferece oportunidades para quem busca renda passiva. Vale lembrar que fundos imobiliários estão sujeitos a oscilações de preço e riscos de mercado. Antes de investir, é essencial analisar o perfil do investidor e a tolerância ao risco. Entender o próprio comportamento diante da volatilidade é o que garante escolhas mais conscientes e alinhadas aos objetivos de longo prazo.
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