Sustentabilidade Financeira

Jogos eletrônicos: qual o impacto do vício em funcionários de empresas?

"A tentativa de buscar atalhos para o enriquecimento é uma ilusão, e a forma mais rápida de perder dinheiro e de se endividar"

Um vídeo que viralizou na internet trouxe à tona a reflexão sobre o endividamento provocado pelos jogos on-line. Na postagem, o empresário alagoano Rafael Tenório, que também é senador suplente por Alagoas, expressou sua preocupação com o vício entre os funcionários de suas empresas. Tenório revelou que muitos colaboradores começaram a solicitar antecipação de férias, de décimo terceiro salário e empréstimos, o que despertou a atenção do departamento de Recursos Humanos.

Após uma análise detalhada, os gestores concluíram que 90% dos funcionários que fizeram essas solicitações estavam envolvidos com jogos eletrônicos de apostas. Tenório mencionou que outros empresários também observaram colaboradores endividados, recorrendo a empréstimos, a agiotas e até mesmo cogitando em tirar a própria vida devido às dívidas acumuladas.

O caso exposto pelo senador não é isolado. Em janeiro deste ano, uma pesquisa do Datafolha mostrou que os apostadores brasileiros gastam em média R$ 263,00 por mês com jogos eletrônicos. Segundo o levantamento, 55% dos brasileiros são contrários às apostas esportivas on-line.

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Crédito: Joédson Alves/ Agência Brasil

Vício em jogos eletrônicos é doença reconhecida pela OMS

A Organização Mundial de Saúde (OMS) já reconhece a ludopatia como um transtorno que afeta aqueles que jogam compulsivamente.

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Em 2022, o Congresso Nacional decretou o dia 10 de outubro como o dia nacional de combate à ludopatia.

Problemas financeiros têm um impacto significativo no bem-estar da população. Uma pesquisa do Instituto Cactus revelou que cerca de 60% dos brasileiros têm sua saúde mental afetada por dificuldades financeiras, incluindo insegurança alimentar e insônia, que comprometem a saúde mental.

Papel das empresas e dos legisladores

As empresas desempenham um papel crucial na prevenção do vício em jogos de azar e na promoção do bem-estar financeiro dos funcionários.

Ao implementar programas educacionais, oferecer apoio e criar um ambiente de trabalho positivo, as organizações podem ajudar a garantir que seus colaboradores mantenham uma saúde financeira sólida e evitem comportamentos de risco.

Isso não apenas beneficia os funcionários, mas também melhora a produtividade e a satisfação no trabalho, contribuindo para o sucesso da empresa.

A regulamentação do mercado de apostas on-line no Brasil está em fase final, prevista para ser concluída até o segundo semestre de 2024, conforme prevê a Lei 14.790/23. Esta legislação busca controlar um setor anteriormente desregulado, visando proteger os brasileiros contra riscos financeiros e psicológicos associados ao vício em jogos.

Vale dizer que a efetividade da lei dependerá da fiscalização.

Mas a maior necessidade do brasileiro diante desse cenário é ter conhecimento sobre educação financeira. A tentativa de buscar atalhos para o enriquecimento é uma ilusão, e a forma mais rápida de perder dinheiro e de se endividar.

Prosperidade financeira se constrói no longo prazo, com conhecimento e disciplina.

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