Sustentabilidade Financeira

Vida de Jorginho Guinle, do luxo à ruína, serve de alerta para pensar em finanças pessoais

O exemplo de Jorge Guinle deve servir como um alerta para a necessidade de uma abordagem mais estratégica em relação às finanças pessoais
Jorge Eduardo Guinle, conhecido como Jorginho Guinle, e sua coleção de trens em miniatura, que teve que ser vendida na velhice. Foto: Arquivo Nacional / domínio público
Jorge Eduardo Guinle, conhecido como Jorginho Guinle, e sua coleção de trens em miniatura, que teve que ser vendida na velhice. Foto: Arquivo Nacional / domínio público

Jorge Eduardo Guinle, conhecido como Jorginho Guinle, foi um dos playboys mais famosos do Brasil. Sua vida foi marcada por festas extravagantes, romances com estrelas de Hollywood e uma fortuna herdada de sua família, fundadora do Porto de Santos.

Nascido em 1916, Jorginho Guinle teve uma vida de excessos desde cedo. Ele viajou pelo mundo todo, frequentando eventos de alto padrão. Guinle era presença constante em festas luxuosas e estabelecimentos exclusivos, como o Hotel Copacabana Palace.

Guinle foi conhecido por seus romances com atrizes e celebridades internacionais, como Rita Hayworth, Marilyn Monroe e Ava Gardner. Ele gastou milhões em presentes caros, viagens, festas e carros de luxo, sem se preocupar com o amanhã. Seu lema era: “Só se vive uma vez”.

Com o tempo, os gastos exorbitantes começaram a superar a renda gerada pelos investimentos da família. Além disso, mudanças econômicas e a inflação dos anos 1980 e 1990 no Brasil reduziram significativamente o valor de seu patrimônio. Jorginho continuou a gastar de forma imprudente, sem ajustar seu estilo de vida ao novo cenário.

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Nos anos 90, Jorginho Guinle já estava sem dinheiro. Ele foi forçado a vender propriedades e a depender da generosidade de amigos e familiares. Em uma entrevista, aos 87 anos, ele revelou que havia planejado viver até os 75. “Nenhum playboy de hoje pode ser meu sucessor. Todos têm um grave defeito: eles trabalham”.

Concluiu dizendo: “O segredo do bem viver é morrer sem um centavo no bolso. Mas errei o cálculo e o dinheiro acabou antes da hora”. Jorginho faleceu aos 88. Passou seus últimos anos morando de favor no Hotel Copacabana Palace.

A história de Jorginho Guinle mostra como a falta de planejamento financeiro pode levar à ruína.

Segundo a planejadora financeira e especialista em investimentos da SuperRico, Daniela Aissum, o maior erro de Guinle foi o seu comportamento. “Um estilo de vida de ostentação, sem planejamento e acompanhamento financeiro, pode trazer consequências irreparáveis quando a capacidade de gerar renda diminui e a necessidade de cuidados aumenta”, disse.

Ainda de acordo com Daniela Aissum, o futuro financeiro de Jorginho Guinle seria outro se ele tivesse se atentado para a necessidadede convergir a curva da renda com o ciclo da vida: “Garantir um fluxo de caixa positivo para manter aportes, investir por objetivos e estar aberto a simplificações são atitudes essenciais para usufruir de bem-estar financeiro por toda a vida”.

O exemplo de Jorge Guinle deve servir como um alerta para a necessidade de uma abordagem mais estratégica em relação às finanças pessoais. A educação financeira deve começar cedo e ser vista como uma ferramenta vital para todas as pessoas, independentemente da classe social.

Além de aprender a economizar, é crucial entender sobre investimentos, diversificação de ativos e fazer planejamentos para emergências e para a aposentadoria.

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