Borbulhas nacionais disputam entre as grandes mundiais e são perfeitas para entrar em 2026
Um dos motores do mercado de vinhos no Brasil, os espumantes nacionais se consolidam pela qualidade crescente, pela boa relação valor–benefício e pela afinidade natural com o nosso clima e os hábitos do consumidor. Já não há razão para que o champanhe francês seja, por inércia, a bebida exclusiva da virada: o Brasil produz hoje espumantes de excelência, comparáveis aos grandes exemplares europeus e, cada vez mais, reconhecidos fora do país.
Os números reforçam esse desempenho robusto na comercialização dos rótulos nacionais. Segundo a Associação de Produtores de Espumantes de Garibaldi (APED) — que reúne dez marcas relevantes do mercado, entre elas Chandon, Casa Pedrucci, Cooperativa Garibaldi, Peterlongo e Ponto Nero — foram vendidas em 2025 cerca de 10,7 milhões de garrafas ao longo do ano, o que representa crescimento próximo de 10% em relação a 2024.

Mais do que expansão, os dados indicam um claro amadurecimento do consumo. O avanço é consistente entre diferentes estilos: em 2025, os Moscatéis cresceram cerca de 7,5%, enquanto os espumantes de segunda fermentação — pelos métodos Charmat e Tradicional — avançaram 13%. O movimento reflete tanto a diversificação do paladar quanto a ampliação das ocasiões de consumo, hoje muito além das celebrações, com destaque para estilos como Nature, Extra-Brut, Brut e Demi-Sec.
No Vale dos Vinhedos, a Casa Valduga destaca a Linha 130, composta por cinco rótulos criados em homenagem aos 130 anos da chegada da família Valduga ao Brasil. São espumantes reconhecidos pela cremosidade, pelo perlage fino e pelo equilíbrio, além da consistência entre safras.
Já a Casa Perini, localizada no Vale Trentino, em Farroupilha, também na Serra Gaúcha, ganhou projeção internacional com seu Brut elogiado pelo sommelier e influenciador alemão Konstantin Baum — o mais jovem da história a conquistar o título de Master of Wine, a mais alta certificação profissional do mundo do vinho.
Em vídeo publicado em seu canal no YouTube, Baum resenha o Casa Perini Vintage Brut Barriqué, atribuindo nota 90, classificação reservada a produtos considerados excelentes. Amadurecido por dois meses em barricas de carvalho francês, com teor alcoólico de 12% e elaborado exclusivamente com uvas Chardonnay, o espumante apresenta, segundo o crítico, presença de madeira sem perder juventude e frescor, uma combinação rara.
Da primeira Denominação de Origem brasileira dedicada exclusivamente a espumantes, a D.O. Altos de Pinto Bandeira, as vinícolas Aurora, Don Giovanni, Geisse e Valmarino também figuram entre os destaques do setor.
No início do mês, a Don Giovanni anunciou a premiação de seu Brut no Merano Wine Festival, realizado em Trentino, na Itália. Com 24 meses de maturação sobre as leveduras, o espumante apresenta notas de brioche e frutas cítricas, além de perfil cremoso e equilibrado. A melhor forma de adquirir é pela venda on line.
Já o Cave Geisse Extra-Brut — elaborado pelo método tradicional (champenoise), com 36 meses de contato com as borras, safra 2021 — dispensa amuletos e simpatias: a garrafa em si já é a sorte que se deseja para 2026.
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