Cabernet Day: um brinde à casta mais plantada no mundo
Ao sextar na semana que vem, peça uma taça de Cabernet Sauvignon para entrar na trend do dia. No dia 29 de agosto, sommeliers mundo afora levantam a hashtag #CabernetDay. A data teria nascido de uma campanha nos Estados Unidos voltada para as redes sociais para celebrar a versatilidade da variedade vinífera mais plantada do mundo.
De origem francesa, a Cabernet Sauvignon aparece pela primeira vez em Bordeaux, fruto de um cruzamento natural entre a Cabernet Franc e a Sauvignon Blanc. Parte essencial do corte bordalês, o blend tinto mais icônico do planeta, a casta atinge sua expressão máxima na chamada margem esquerda da região. Lá, em apelações como Médoc, o clima e o solo de cascalho, cujas pedras retêm o calor e aquecem as vinhas durante a noite, criam o cenário ideal para seu desenvolvimento.
Já nos Estados Unidos, os vinhos produzidos no Napa Valley, principal região vinícola da Califórnia, têm a casta como protagonista, representando mais de 40% da safra total. São rótulos encorpados, com sabores de frutas negras maduras e taninos intensos. A alta amplitude térmica ajuda a manter a acidez e permite uma maturação lenta e equilibrada das uvas, fator-chave para sua qualidade.
Muito adaptável, a Cabernet Sauvignon se espalhou por diversos pontos do planeta, ganhando expressões diferentes conforme o clima e o terroir. Por ter casca grossa, exige ciclos de amadurecimento mais longos, o que a torna ideal para climas moderados a moderadamente quentes.
Nos lugares mais frios, como Bordeaux e o norte da Itália, o vinho costuma ter corpo mais leve, aromas de frutas vermelhas, menta e pimenta verde, perfil semelhante ao de muitos Cabernets chilenos.
Em locais mais quentes, como Austrália, África do Sul, Espanha, Centro e Sul da Itália, ganha nuances de frutas negras, pimenta-do-reino e cacau. Os monovarietais têm coloração intensa, com paladar seco, bastante acidez e nível alto de taninos.
Na América do Sul, a Cabernet também se mostra plural. Na Argentina, a região de Mendoza se destaca, especialmente nas sub-regiões de Luján de Cuyo e Maipú. Segundo o Guia Essencial do Vinho – Wine Folly, seus Cabernets apresentam notas de framboesa negra, café mocha e folha de tabaco, com taninos médios e acidez picante.
Entre boas indicações recentes estão o varietal Susana Balbo Wines Signature (Limited Edition – 2021). Mas também blends, nos quais a versatilidade da Cabernet é explorada com a tipicidade do país, como o Cheval des Andes 2021 – Cabernet Sauvignon, Malbec, Petit Verdot (Mendoza) e o Norton Gernot 2021 – Malbec, Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon (Valle de Uco).
No Chile, os vinhos Cabernet transitam entre estilos. Atualmente, estão despontando rótulos mais delicados e menos extraídos, que haviam sido deixados de lado no final dos anos 1990, quando a preferência passou a ser por vinhos mais encorpados, maduros e amadeirados. Um desses destaques é o El Cabernet de Ránquil, da vinícola Morandé, do Vale do Itata. O vinho, feito a partir de vinhas muito antigas, mostra-se elegante, mentolado, com taninos finos e textura firme. Já escolheu o seu?
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