Vinho da Casa

Conexão Espanha – América do Sul marca semana de eventos

Criei novas memórias e já quero compartilhar com amigos
Conexão Espanha – América do Sul marca semana de eventos
Foto: Reprodução Portal oficial de turismo da Espanha

A língua espanhola tem muitos sotaques. E, nesta semana, boa parte deles se reuniu em São Paulo para dois eventos de degustação de vinhos. Na segunda-feira, o Open Day – Me Gusta Espanha trouxe rótulos de várias regiões do país ibérico.

Mexeu lá no fundo do meu baú afetivo. Há duas décadas, passei um ano em Barcelona. Foi como uma lua de mel. À época, nossa grande referência eram os tintos de Ribera del Duero, carregados na madeira. E tome jamón ibérico e queijo Manchego para harmonizar!

Na segunda, toda a diversidade cultural do país estava presente. O Open Day destacou a ampla variedade e qualidade dos vinhos espanhóis, incluindo algumas localidades pouco conhecidas pelos brasileiros. Além dos tradicionais Rioja, Ribera del Duero e Penedès, degustamos rótulos de outras regiões emergentes.

Criei novas memórias e já quero compartilhar com amigos, como o tinto Gonzales Byass, corte de Garnacha, Syrah e Parraleta, oito meses de carvalho francês, da D.O. Somontano, de Aragón. Senti uma picância no ataque, com um retrogosto de caramelo. Outro destaque: o Bobal de Sanjuan, da Valsangiacomo, D.O. Utiel-Requena. Um varietal da casta emblemática da região, a rústica Bobal, amadurecido seis meses em depósito de cimento cru. Fresco com frutas maduras, como morango e cereja.

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No dia seguinte, a degustação do Guia Descorchados 2025, com avaliações de vinhos da Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Peru e Uruguai, escancarou as portas da América do Sul no Villaggio JK. Passei da catraca, repetindo: “¡Que desfrute!”.

Para começar, uma pitada de Portugal no sotaque sul-americano. O branco mais bem pontuado do Uruguai, feito na Bodega Garzón, é de Alvarinho, a casta ícone dos Vinhos Verdes portugueses! Segui para provar o tinto nota 100 do Chile, o Altazor D.O. Valle del Maipo 2021, da vinícola chilena Undurraga (blend com quase 94% de Cabernet Sauvignon). Perfeito! Passei pela Argentina e desembarquei na Bolívia, com os encantados rótulos Jardín Oculto, da inédita (para mim!) uva Negra Criolla. Tinto bem clarinho, leve e frutado, lembrando morangos.

De volta ao Brasil, revi o branco da gaúcha Otto, que ganhou como o melhor branco brasileiro pelo seu Sauvignon Blanc. E, obviamente, reservei um bom tempo para os rótulos da Dupla Poda de Minas Gerais, que vêm, pouco a pouco, ganhando mais destaque no guia.

A Sacramentos foi escolhida a vinícola do ano e emplacou quatro vinhos medalhados na publicação. Com as primeiras mudas plantadas no Vinhedo São Miguel, na Serra da Canastra, em 2018, vem sendo destaque desde 2022. Agora, está novamente no topo da categoria ‘Melhor Tinto Brasileiro’ com o Sabina Syrah Seleção de Parcelas 2024, que alcançou 93 pontos.

Outra mineira em destaque é a Alma Gerais, de Bonsucesso, no Sul do Estado. Uma das primeiras vinícolas dentro de um condomínio, dá aos moradores a chance de fazer seu próprio vinho. Próximo à represa do Funil, o projeto foi idealizado por Alessandro Rios, tem como enólogo residente Tiago Hunoff e a luxuosa consultoria do chileno Mario Geisse. Tem tudo para despontar ainda mais! 

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