Descubra as curiosidades sobre as castas que dão vida aos vinhos do Sudeste
O vinho feito da casta Syrah é tinto, com aromas de frutas vermelhas, florais, como violeta, e uma pitada de pimenta preta. De forma geral é isso que será encontrado nos rótulos desta uva, a mais plantada na região Sudeste e que, no métier do vinho, chamamos de “casta emblemática”.
Todas as uvas que produzem vinhos finos são da espécie vitis vinífera, também conhecidas como “uvas europeias”. Não são as que a gente come ou que se prestam a suco. Dentro do universo da vitis vinífera, há inúmeras castas que os bebedores de vinho estão acostumados a ler nos rótulos, como Pinot Noir, Chardonnay e Cabernet Sauvignon.
A casta corresponde ao tipo de uva usada para fazer o vinho. Cada uma tem diferentes folhagens e tamanhos de grãos, além de cores e aromas próprios. Este conjunto de características influencia necessariamente no sabor do vinho.
A Syrah foi a primeira a se adaptar à técnica da Dupla Poda, que possibilitou a expansão da vitivinicultura para vinhos finos no Sudeste. No entanto, não está mais sozinha faz tempo! A Cabernet Franc, por exemplo, vem registrando excelentes resultados nos vinhedos entre Minas Gerais e São Paulo.
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Casta muito usada nos vinhos de Bordeaux, produz rótulos para consumo imediato, mas é muito propícia para guarda. Sua combinação de taninos intensos e acidez elevada trazem condições favoráveis ao envelhecimento de até 15 anos. Entre seus aromas predominantes, estão as frutas (ameixa e morango), o pimentão assado e o mineral.
Na vinícola Villa Santa Maria, em São Bento do Sapucaí, divisa dos estados, a Cabernet Franc faz parceria com a emblemática Syrah no rótulo Assemblage Brandina. Ficam em destaque as frutas negras, como ameixa, e deixam um leve mentolado no final da boca, uma sensação típica dos vinhos de corte bordalês.
Outra uva do corte francês vem se destacando bastante na região: a Cabernet Sauvignon. É reconhecida por nós, brasileiros, muito por conta dos chilenos, que a gente compra no supermercado com enorme custo-benefício.
A lista de castas plantadas na região não para de crescer. Já há testes com a hermana Malbec, que veio da Europa e acabou sendo a emblemática da Argentina (falaremos mais dela adiante!) e também outras menos famosas, como Marselan e Mouvèdre. Todas de origem francesa.
Mas a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), que iniciou o projeto dos vinhos de inverno, está avançando nos testes com as italianas Sangiovese, Rondinella e Barbera.
É preciso decorar isso tudo para ter uma noite agradável de comes e bebes?!? Claro que não. Minha sugestão é anotar quando uma garrafa for muito especial e saber qual a uva compõe aquele rótulo. Saber suas preferências pode te ajudar na harmonização. Combinar as duas pontas potencializa sabores e leva a uma experiência agradável, porque, geralmente, a comida impacta o sabor do vinho no paladar.
As carnes bovinas gordurosas de longo cozimento, como a costela, vão deixar o vinho menos ácido. Os rótulos de Cabernet Franc têm acidez necessária para a combinação. Já a Syrah de regiões frias (Sul de Minas), funciona bem demais com carne de porco e até em combinações com molhos adocicados. Os Syrah mais encorpados vão funcionar com cortes bovinos na brasa. As combinações são infinitas, assim como a quantidade de vinho nas prateleiras. Boraescolheroseu?
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