Vinho da Casa

Vinhateiros de oito regiões de Minas se unem para dar mais destaque ao enoturismo

Um dos desafios é encontrar no repertório a harmonização ideal

Agosto foi mês de festa para os vinhos mineiros com a criação da nova Rota de Vinhos. Dividida em oito sub-regiões, ou micro-terroirs, Minas Gerais mostra toda a sua diversidade sem perder a identidade própria que caracteriza os vinhos produzidos pela técnica da dupla poda, criada pelo agrônomo Murilo de Albuquerque Regina, na vinícola Estrada Real, em Caldas, no Sul do Estado e “exportada” para todo o Sudeste e Centro-Oeste.

Uma vitivinicultura que iniciou com a plantação de apenas algumas castas europeias e hoje já conta com outra dezena delas, testadas e com bom resultado. O grande destaque é a uva Syrah. Ícone da região do Rhône, na França, onde estão as maiores plantações desta variedade, também muito popular na Austrália, conhecida como shiraz.

Minas, com seus diferentes micro-terroirs, tem capacidade para produzir vinhos que se aproximam tanto das características francesas quanto australianas. Entre tânicos e mais alcoólico, como os shiraz australianos, e os mais delicados, mais frutados, como um syrah francês.

Com a formação da Associação dos Produtores de Uva e Vinho de Minas Gerais, os vinhateiros das regiões da Zona da Mata, Triângulo Mineiro, Sul/Sudoeste, Oeste, Norte, Metropolitana, Jequitinhonha, Central e Campo das Vertentes se unem para dar mais destaque ao enoturismo, um mercado que tem tudo para crescer cada vez mais nos próximos anos, associado à já consagrada gastronomia local.

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Sabores genuínos e harmonizações típicas das Gerais passarão a fazer parte da cultura vinícola nacional, a exemplo do que já ocorre no Novo e Velho Mundo do vinho. Quem tem uma garrafa de Chianti, o vinho italiano feito na Toscana, pensa em pratos de massa. Receitas de bacalhau pedem vinhos portugueses.

O desafio é encontrar no repertório a harmonização ideal. Cabacinha do Jequitinhonha com Sauvignon Blanc, leitão a pururuca com Syrah do Triângulo e costelinha de porco com Tempranillo de Andradas? É tempo de colar pratos e taças, como as combinações consagradas mundo afora. Na França, Pinot Noir da Borgonha com boeuf bourguignon e queijo de cabra com brancos do Vale do Loire. Na Espanha, Jerez seco com jamón ibérico ou Cava com tapas variadas.

Para completar, Minas também é a casa de excelência do parceiro mais tradicional de qualquer vinho: o queijo. A enorme variedade de queijos de qualidade, muitos premiados no exterior, produzidos em todo o estado, vai produzir uma infinidade de harmonizações. Cada terroir tem o seu. É ligar as pontas e fazer caminhar junto. Até porque não faltam estradas com construções longevas, repletas de histórias e tradições, para amarrar as rotas e fazer desses oito terroirs os mais charmosos do País.

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