Vinho da Casa

Exportadores de vinho aumentam ofensiva para conquistar o paladar brasileiro

Consumo per capita anual do brasileiro ainda não passa de dois litros

Nossa população de mais de 200 milhões de habitantes enche os olhos de importantes países produtores de bebidas. Sonham com milhões de garrafas vendidas para esse povo todo. Mas há um entrave quando o assunto é vinho, pois o consumo per capita anual do brasileiro não passa de dois litros. Para se ter ideia, cada cidadão chileno consome, em média, 15 litros, e os argentinos, 18. Isso sem falar de Portugal, maior consumidor mundial, com 61 litros por pessoa ao ano, registrado em 2023.

É para reverter este cenário brasileiro que a Wines of Chile planeja uma ofensiva maciça em 2025. Apesar de termos boa parte das gôndolas ocupadas por vinhos chilenos, Angelica Valenzuela, diretora comercial da instituição, traça uma estratégia específica para este importante mercado de exportação.

“Estamos empenhando esforços para crescer não apenas o consumo dos vinhos do Chile, mas também o consumo per capita do brasileiro. Para isso, é preciso educar. Estamos fazendo um trabalho muito interessante para o próximo ano, de nos aproximar do consumidor. Vamos fazer festivais sobre a nossa cultura em São Paulo e no Rio de Janeiro com gastronomia, música chilena e, obviamente, com os vinhos”, adianta. “Por outro lado, também teremos uma série de Luxury Tasting, mostrando nossos vinhos ícones. Serão 10 sessões em cidades como Belo Horizonte, com grupos de 20/25 pessoas”, explica Angelica Valenzuela.

A chilena não está sozinha no propósito. Afinal, nessa espécie de corrida maluca pelos bebedores de vinhos, Portugal saiu na frente, já promove há tempos diversos encontros e até programa lançamentos das marcas aqui. Além de produzir rótulos especialmente voltados para o nosso paladar. O resultado é positivo: o Brasil está em terceiro lugar entre os países que mais importaram vinhos lusitanos. Atrás, apenas, de França e Estados Unidos, respectivamente.

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Aliás, se todo o consumo dependesse dos portugueses, haveria vinho no almoço e no jantar. Até há bem pouco tempo, em lugares do Brasil onde os patrícios se estabeleceram com mais força, qualquer botequim ou portinha vendia vinho em canecas de louça. É verdade que alguns de qualidade duvidosa. Mas o hábito, infelizmente, vem desaparecendo.

É para não deixar essa peteca cair que o mercado não para de se reinventar. Anteriormente programada para acontecer em setembro, a Wine South America, em Bento Gonçalves (RS), ajustou o calendário e será atencipada para os dias 6, 7 e 8 de maio. Neste período, o comércio se organiza para as vendas da temporada de inverno e estrutura suas ações para o segundo semestre.

Já estão confirmadas a participação de rótulos de 20 países e mais de 360 marcas nacionais e internacionais. São players do Brasil, Chile, Argentina e Paraguai, além de produtores da Espanha, França, Portugal, Georgia e Itália.

Em sua 5ª edição, a feira deverá promover mais de 2 mil encontros, consolidando sua atuação como plataforma de aproximação de compradores qualificados e de fomento do relacionamento e das vendas no mundo do vinho.

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